Os terminais de transporte público mais intensamente utilizados da Região Metropolitana do Rio podem ter, no futuro próximo, papeis mais relevantes do que o singular abrigo das atividades de chegada e partida das pessoas, tão próprias das estações.
Estará cada vez mais reservado a tais terminais – seja por sua localização estratégica ou pela movimentação elevada de passageiros em suas dependências – o papel de polos de integração intermodal, destinados a facilitar a vida dos usuários, ofertando-lhes mais conforto, segurança e praticidade no ato de fazer baldeações em seus deslocamentos diários.
Essa perspectiva traz implícita uma valorização econômica tanto dos terminais em si quanto de seu entorno imediato, o que pode aumentando a atratividade para novos negócios, gerar novas oportunidades de emprego e promover o adensamento habitacional, graças à proximidade com os pontos de conexão de transporte.
Hoje, os terminais mais dinâmicos tendem a transformar sua área de influência direta, em um raio de mil a 1.500 metros, em verdadeiros distritos centrais de negócios, onde será cada vez mais agradável e cômodo de se viver. Assim verifica-se em outras partes mundo e assim veremos acontecer também aqui.
Esse processo desencadeará, inevitavelmente, um modelo de renovação urbana nas áreas impactadas por tais polos de integração intermodal. Serão compostas por novos centros comerciais, hotéis, edifícios corporativos, equipamentos públicos, além de prédios residenciais. Tudo isso em um ambiente urbano repaginado, priorizando a circulação de pedestres e ciclistas e enriquecidos por espaços públicos de convivência. Para fazer acontecer o futuro, será preciso saber eleger as estações ou os terminais nos quais deveremos trabalhar para que esta interessante forma de cooperação entre o público e o privado chegue até nós.
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Vicente Loureiro é diretor executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio de Janeiro.