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A sustentabilidade de Melbourne, a melhor cidade para morar, segundo pesquisa
(Foto: Ari Bakker/Flickr-CC)

(Foto: Ari Bakker/Flickr-CC)

Há seis anos, Melbourne, na Austrália, aparece no topo do ranking das cidades mais habitáveis do mundo de acordo com a pesquisa da The Economist Intelligence Unit (EIU). O conceito de “habitável” (ou “liveable” em inglês) em que se baseia a pesquisa é simples: qual cidade proporciona as melhores condições de vida. Porém, que condições são essas?

Conforme a metodologia do estudo, os pontos obtidos pelas cidades são conquistados conforme as avaliações recebidas em cada uma das cinco categorias analisadas. São elas estabilidade, assistência médica, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura. Cada indicador é pontuado como aceitável, tolerável, desconfortável, indesejável e intolerável. A cidade australiana obteve a pontuação 97,5 de 100, muito perto da pontuação de Viena, na Áustria, que marcou 97,4 pontos.

Ao todo são 140 localidades listadas pela The Economist. Duas outras cidades australianas estão entre as dez primeiras, Adelaide e Perth, em quinto e sétimo lugar, respectivamente. O Canadá também aparece no top 10 representado por três cidades, Vancouver, em terceiro lugar, Toronto, em quarto lugar, e Calgary, em quinto (com a mesma pontuação de Adelaide). Das europeias, além de Viena, Helsinki e Hamburgo aparecem em nono e décimo lugares.

Melbourne obteve a pontuação máxima em assistência médica, educação e infraestrutura. “Nós não nos damos por satisfeitos com esse título e estamos constantemente planejando e implementando políticas que vão continuar a melhorar nossa qualidade de vida”, declarou o prefeito da cidade, Robert Doyle.

São as pequenas ações que também fazem uma grande diferença: plantar mais árvores, reciclar águas pluviais, construir mais parques e espaços verdes, disponibilizar melhores vias e conexões para pedestres e ciclistas, assim como aproveitar a tecnologia e os dados para melhorar nossas operações.

15335304687_70dfdb4b35_kComo parte da iniciativa Cities as Sustainable Ecosystems (CASE) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), a cidade australiana desenvolveu o Melbourne Principles for Sustainable Cities, guia que fornece um conjunto de instruções e critérios para o funcionamento de uma vida sustentável. Os dez princípios indicados no documento são:

  • Desenvolver uma visão de longo prazo para as cidades com base em: sustentabilidade; equidade social, econômica, política e entre gerações; e sua individualidade;
  • Alcançar a segurança econômica e social de longo-prazo;
  • Reconhecer o valor intrínseco da biodiversidade e ecossistemas naturais, os proteger e revitalizar;
  • Capacitar comunidades a minimizar seus impactos ambientais;
  • Construir sobre as características dos ecossistemas ao desenvolver e gestar municípios saudáveis e sustentáveis;
  • Reconhecer e construir as distintas características das cidades, incluindo seus valores humanos e culturais, história e sistemas naturais;
  • Capacitar as pessoas e fomentar a participação;
  • Expandir e capacitar redes cooperativas para trabalhar por um futuro sustentável;
  • Promover a produção e consumo sustentável, através do uso apropriado de tecnologias ambientalmente racionais e gerenciamento efetivo de demanda;
  • Tornar possível a melhoria contínua, baseada na responsabilidade, transparência e boa governança.

Conforme as conclusões da pesquisa, os municípios melhor colocados tendem a ser de menor tamanho, em países ricos e com uma densidade populacional relativamente baixa. Esses fatores “podem fomentar uma série de atividades sem levar a altos níveis de criminalidade ou sobrecarregar a infraestrutura”.

O relatório afirma ainda que os grandes centros de negócios globais são vítimas do próprio sucesso. “Nova York, Londres, Paris e Tóquio são pontos de prestígio com ótimas atividades recreacionais, mas todas sofrem de altos níveis de criminalidade, congestionamento e problemas de transporte público que são considerados confortáveis. A questão é, o quanto salários, custo de vida e o gosto pessoal por um local pode compensar os fatores de habitabilidade”.

A localidade menos habitável, segundo a EIU é Damasco, na Síria, devido a atual guerra civil em que vive. A segunda pior é Tripoli, na Líbia. Conflitos são os responsáveis por muitas pontuações baixas. Isso não se dá apenas devido aos baixos índices de estabilidade, mas também devido às consequências em todos os outros indicadores. “Conflitos também vão causar danos à infraestrutura, superlotação de hospitais e abalar a disponibilidade de serviços e atividades recreacionais”, destaca o estudo.

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