Uma das ruas com o ar mais poluído do mundo, a Oxford Street, em Londres, será um espaço exclusivamente de pedestres a partir de 2020. O compromisso foi assumido pelo prefeito da cidade, Sadiq Khan, com o objetivo de combater os altos níveis de poluição da capital inglesa.
Visitada por mais de 500 mil pessoas por dia e 200 milhões por ano, a Oxford Street é um dos principais destinos de compras de Londres. De acordo com dados do Departamento de Transporte, a rua é o local mais perigoso da Inglaterra para pedestres atravessarem. A viagem mais “veloz” de ônibus ao longo da Oxford Street tem velocidade estimada em 7,4 quilômetros por hora durante a semana, enquanto o ritmo de caminhada de um pedestre comum é de 4,9 quilômetros por hora. Apesar da baixa velocidade do tráfego, 45 pedestres foram seriamente feridos após colisões com carros, ônibus e caminhões nos três cruzamentos ao longo da via entre 2005 e 2013.
O plano da prefeitura é implementar a pedestrianização da rua em duas fases. Segundo a prefeita-adjunta para transportes, Valerie Shawcross, o projeto pretende banir todos os tipos de veículos entre a Tottenham Court Road até a estação de Marble Arch, um trecho de quase 2 quilômetros. Carros já estão banidos de circular entre as 7h e as 19h todos os dias, com exceção dos domingos. No entanto, táxis e ônibus estão presentes em quantidades assustadoras. Atualmente, 168 ônibus circulam pela via por hora nos horários de pico.
Cortar as emissões que esses veículos lançam em uma via que segue em linha reta com edifícios altos em ambos os lados é vital para a saúde dos londrinos. Porém, esse é exatamente o maior desafio: como reorganizar o transporte coletivo da região? A área central de Londres é um conjunto de pequenas ruas, que muitas vezes terminam em becos sem saída. Vias maiores, como a Oxford Street, passam através dessas menores muitas vezes como única alternativa de saída da região. Dessa maneira, a Oxford se apresenta como um dos principais eixos leste-oeste para os ônibus que cruzam a área central.
As alternativas ao ônibus após a conclusão do processo de pedestrianização ao redor da via serão as diversas estações de metrô na região. Quatro delas – Marble Arch, Bond Street, Oxford Circus e Tottenham Court Road Station (atualmente fechada) – desembarcam na própria Oxford Street, o que pode gerar uma sobrecarga sem precedentes ao sistema. A prefeitura ainda não se pronunciou sobre a estratégia que será tomada, apenas afirma que as rotas serão redirecionadas.
A boa notícia é o futuro lançamento da Crossrail – também conhecida por Elizabeth Line –, uma linha férrea de 118 quilômetros que transportará pessoas de leste a oeste da cidade sem a necessidade de transferência para a rede de metrô, com duas paradas na Oxford Street.