Com linhas de metrô bem organizadas e incentivo a ciclovias, vários países da Europa parecem estar em um nível muito avançado da mobilidade urbana, ainda mais quando comparados ao Brasil. Ainda assim, sempre há o que melhorar nos sistemas de transporte. É o que mostra a pesquisa realizada pela Xerox com 1.900 jovens em 19 cidades do Reino Unido, da França, da Alemanha, da Bélgica e da Holanda, que traçou um paralelo entre a realidade atual e as perspectivas para o futuro do transporte.
Enquanto a maior parte dos europeus leva, em média, menos de 30 minutos em cada deslocamento, em Londres e Paris ainda há uma parcela significativa de pessoas que faz viagens diárias de mais de uma hora – além disso, usam mais de um meio de transporte (incluindo carros) por semana.
Quando perguntados o que os faria mudar de comportamento, os participantes da pesquisa responderam: um transporte multimodal que funcione. Ou seja, é preciso uma melhor conexão. Eles identificaram dois fatores principais para isso:
– Serviços aprimorados, que incluem viagens mais rápidas, oferta mais frequente, novas rotas e mais informações;
– Passagem integrada, ou seja, um cartão que possa ser usado em múltiplos (ou todos) meios de transporte.
Embora até considerem questões como custo da viagem e como aquele transporte pode afetar o meio ambiente, são dois pontos que realmente são determinantes para a escolha: conveniência e rapidez.
Razões para escolher um meio de transporte na Europa
Diante dessa realidade, resta saber como fazer para que, no futuro, a mobilidade esteja ainda mais a serviço das cidades. Os europeus parecem não acreditar no impacto que a tecnologia emergente terá no transporte. Não há um consenso claro de que vamos nos mover em veículos elétricos ou carros que se dirigem sozinhos, mas a maioria acredita que uma “melhor oferta de
transporte público vai influenciar fortemente o sucesso econômico das cidades”.
A maioria dos participantes também concorda que o transporte público vai influenciar as decisões de onde morar ou trabalhar. No futuro, portanto, as pessoas deverão ter um interesse maior nas políticas de transporte dos lugares onde moram.
Além disso, o estudo indica que a nova geração é muito mais aberta a integrar uma economia de compartilhamento, como os serviços do Uber e do Airbnb. Outra possibilidade é pensar na mobilidade urbana “como um serviço”, com assinaturas e formas de pagamento que ofereçam acesso a meios mais convenientes de deslocamento.
Perspectivas para o uso do transporte na Europa no futuro:
- 60% pensam que a qualidade do transporte vai afetar o sucesso econômico da sua cidade;
- 48% acreditam que não vai mais precisar dirigir um carro e 45% dizem que vai compartilhar o uso do carro;
- 43% realmente acreditam que a oferta de transporte público vai afetar as escolhas de onde morar e trabalhar;
- 37% são neutros em relação a usar carros que não vão precisar usar motoristas e 46% em relação a pensar que vão usar carros elétricos.