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Para reduzir perdas em desastres naturais, Banco Mundial lança programa de resiliência

Casas destruídas após um terremoto no Haiti, em 2010. (Foto: ECHO/Raphaël Brigandi/Flickr-CC)

Desastres naturais de grande magnitude estão ocorrendo em uma frequência cada vez maior em todo o planeta. Furacões, temporais, terremotos e diversos outros fenômenos destroem cidades e tiram milhares de vidas. Para evitar perdas como essas, o Banco Mundial e o Global Facility for Disaster Risk Reduction (GFDRR) estão lançando uma parceria global inédita com o objetivo de construir uma regulamentação para resiliência em desastres com foco em países vulneráveis.

Com planejamento, perdas geradas pelo furacão Sandy, por exemplo, que devastou a costa leste dos Estados Unidos e do Canadá, em 2012, matando mais de 200 pessoas e causando um prejuízo de 180 bilhões de reais, poderiam ser evitadas. Segundo o Banco Mundial, a urbanização não planejada e a falta de regulamentação para edificações são os maiores responsáveis pelas perdas em acidentes naturais – que quadruplicaram desde 1980.

Pensando nas futuras construções nas cidades, o Banco Mundial, com a contribuição de governos, setor privado e sociedade civil, criou o Building Regulation for Resilience Program. O principal objetivo do programa é promover uma nova sequência de atividades para melhorar a capacidade de regulamentação das cidades para criar um ambiente mais seguro e saudável.

Consequência do furacão Charley, nos Estados Unidos. (Foto: Cary Lee/Flickr-CC)

Os desastres impactam, principalmente, populações mais pobres. Desde 1990, países de baixo e médio rendimento foram atingidos por 53% dos desastres naturais no mundo. No entanto, somam 93% do total de fatalidades relacionados a esses acidentes ocorridos globalmente. De acordo com o relatório global de 2015 do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR), as futuras perdas anuais em ambientes construídos resultantes de desastres como terremotos, tsunamis, ciclones e enchentes devem aumentar de 300 bilhões de dólares para 415 bilhões de dólares até 2030.

O programa expõe experiências bem sucedidas de países que reformaram suas regulamentações de construções de edifícios. No norte do Paquistão, por exemplo, um tipo de construção tradicional, feita de madeira e pedra, chamada dhajji dewari, foi desenvolvida ao longo de séculos para a adaptação da população aos riscos naturais típicos da região. O programa defende formalizar e incluir práticas como essas e tantas outras nos códigos de construções das cidades.

Enchente no Canadá. (Foto: Alec Couros/Flickr-CC)

O documento também enfatiza a necessidade de incluir aspectos culturais, econômicos e sociais locais nas estratégias de resiliência, para que o projeto seja mais acessível aos mais vulneráveis. O programa se propõe ainda a ser uma ponte na lacuna que surge quando os conceitos de sistemas regulatórios maduros são transferidos para países em desenvolvimento sem uma adaptação específica. O programa será implantado em quatro etapas, que vão desde aperfeiçoar legislações nacionais sobre edificações e construir códigos junto às localidades, até compartilhar conhecimentos a respeito do tema.

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