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Dia da Mulher: empoderar, desenvolver e transformar para cidades sustentáveis

Durante muito tempo, o estereótipo do sexo frágil definiu a mulher. Essa noção de fragilidade carregava a ideia de que mulheres precisavam de uma “ajudinha masculina” para tudo, mesmo nas coisas mais simples. Por séculos, essa percepção equivocada serviu de argumento para desacreditar as mulheres e excluí-las das tomadas de decisão. Mas não mais. Estamos em 2016, e agora os gêneros caminham para a igualdade.

Certo, as mulheres ocupam apenas 5% dos cargos de CEOs em organizações brasileiras. E, sim, mesmo que uma mulher seja a presidenta do país, a representatividade feminina no Senado e na Câmara dos Deputados ainda é muito pequena quando comparada aos homens. Apesar disso, a participação da mulher em esferas de poder até então comandadas por homens está, aos poucos, crescendo e humanizando o cenário urbano.

A revista Elle UK mostrou como as mulheres ainda têm pouca representatividade em esferas de poder. Depois de alguns cliques no Photoshop, a revista apagou os homens de algumas fotos. Confira o resultado:

(Fonte: Elle UK)

Então, por que continuar a falar sobre gênero no contexto das tomadas de decisão?  Porque estamos em 2016. Neste Dia Internacional da Mulher, mais do que falar da importância da igualdade na relação entre gêneros, o TheCityFix Brasil quer reforçar a necessidade de pluralizar as vozes que transformam as nossas cidades em lugares mais felizes e sustentáveis. Hoje, especialmente, essa voz é feminina.

Empoderar, desenvolver e transformar

San Fernando é uma cidade costeira situada a 270 km de Manila, capital das Filipinas. A cidade foi governada por Mary Jane Ortega, eleita prefeita três vezes em um ambiente majoritariamente masculino. “As cidades daqui são cidades de ‘macho’, que só olham para os homens. Sempre se pensou que apenas os homens poderiam controlar a cidade. Quando fui eleita prefeita, todos se surpreenderam quando reduzimos a criminalidade, eliminamos a pesca com dinamite e acabamos com o uso de drogas pelos jovens. Assim, percebeu-se que uma mulher era tão capaz quanto um homem na administração”, contou ela em entrevista ao WRI Brasil Cidades Sustentáveis. Para Mary Jane, um dos maiores problemas que as cidades enfrentam está relacionado às mudanças climáticas e à resiliência.

Tema da COP 21, que firmou o Acordo de Paris, as mudanças provocadas pelo clima também trouxeram luz ao importante papel das mulheres nas ações de adaptação e mitigação. Este é, por exemplo, o desafio que a primeira mulher eleita prefeita de Paris, Anna Hidalgo, tem pela frente. Conectando pautas sociais e ambientais, foi ela quem esteve à frente da urbanização de Paris e na implantação do projeto de bicicletas compartilhas Vèlib, amplamente reproduzido em outros lugares do mundo. Ela desenvolveu uma agenda de governo que conectou preocupações do dia a dia de cidadãos com crescimento da economia e proteção ambiental. Anna quer uma Paris “inovadora e criadora de empregos, uma cidade ecologicamente correta onde é possível se locomover a pé ou de bicicleta”.

Em novembro do ano passado, o recém-nomeado Primeiro Ministro do Canadá, Justin Trudeau, repartiu os cargos ministeriais igualmente entre os gêneros: 15 homens e 15 mulheres. Durante uma coletiva de imprensa, ele foi questionado sobre por que essa era uma decisão relevante para seu governo, ao que respondeu simplesmente: “Porque estamos em 2015”.

 

 ***Texto escrito em colaboração com Daniely Votto, Gerente de Governança do WRI Brasil Cidades Sustentáveis

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