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Cidades na COP 21: ensinamentos para as cidades brasileiras

Responsáveis por 85% do PIB mundial em 2015, as cidades são os carros-chefes do crescimento econômico e desempenham um papel crucial para a prosperidade global. No entanto, é preciso agir para que esse crescimento ocorra em harmonia com o desenvolvimento sustentável. O New Climate Economy já mostrou que isso é possível, e o papel das cidades também no combate às mudanças climáticas foi reconhecido pela ONU.

No caso de um país em desenvolvimento como o Brasil, muito precisa ser feito. Emissões, poluição, frota de automóveis e o índice de população urbana tendem a aumentar nos próximos anos, mas as cidades têm o poder de agir para amenizar e reverter os efeitos negativos de um processo de urbanização sem planejamento. Na sessão reservada ao Brasil no Cities & Regions Pavilion, quatro cidades brasileiras trouxeram exemplos de projetos já implementados ou em fase de planejamento que prometem impulsionar a sustentabilidade e contribuir para a mitigação das mudanças no clima.

Representantes de Belo Horizonte, Itu, Recife e Fortaleza apresentaram planos de ações de suas cidades e maneiras de ultrapassar barreiras políticas, institucionais e financeiras para implementar projetos e encaminhar suas cidades para um futuro sustentável. Marcio Lacerda, Prefeito de Belo Horizonte, destacou a meta da capital mineira de reduzir de 7,21 milhões para 5,76 milhões as toneladas de emissões de gás carbônico até 2030. O Plano de Resiliência, no qual a cidade trabalha atualmente, envolve ações integradas em energia, saneamento e mobilidade, uma vez de 53% das emissões da cidade são originadas pelo setor de transportes.

De Itu, vem o exemplo da gestão de resíduos. Por meio de uma parceria público-privada na coleta do lixo através de contêineres, a cidade tornou-se pioneira no Brasil na coleta seletiva, que cobre 80% da área urbana. Exemplo também em reciclagem, Itu tem o que comemorar: enquanto a média do país de resíduos destinados à reciclagem é de 1,4%, na cidade paulistana esse índice chega a 10%.

Capital de Pernambuco, Recife trabalha para colocar em prática um projeto de qualificação de assentamentos informais, com a instalação de pavimentos permeáveis e a transformação de áreas degradadas em áreas verdes, entre outros elementos previstos. E Fortaleza, por sua vez, aposta na arborização. A capital do Ceará desenvolveu um plano que prevê a criação de áreas verdes, parques e praças de maneira uniforme em toda a área da cidade.

Antonio Luiz Carvalho Gomes, Rodrigo Ventre, Águeda Muniz, Alberto Feitosa, Hélio Pessoa, Cida Pedrosa e Jussara Carvalho (Foto: Priscila Pacheco/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)

Da COP 21 para as cidades brasileiras

“Imagine que o planeta é sua casa: nós não estamos perdendo nada, estamos apenas mudando as coisas de lugar”. O comentário de Rodrigo Ventre, que acompanha o Prefeito de Itu na COP 21, é uma reflexão sobre buscar novas perspectivas de enxergar o mundo. Refere-se, em suma, ao que faz a sustentabilidade: substitui comportamentos nocivos ao meio ambiente por hábitos mais saudáveis. Na COP 21, as cidades brasileiras têm a oportunidade de encontrar essa nova perspectiva – e, acima de tudo, de aprender com elas. Por isso, conversamos com os prefeitos e secretários presentes na sessão de hoje (3) a respeito dos ensinamentos que esperam levar da Conferência para suas cidades.

Antonio Luiz Carvalho Gomes (Tuíze), Prefeito de Itu

Estar aqui não é apenas uma oportunidade de mostrar que nossa cidade está fazendo. Assistir a essas diversas palestras, entrar em contato com tantas discussões diferentes é uma oportunidade de reunir aprendizados para aplicarmos posteriormente em Itu. Se nós tivéssemos mais prefeitos aqui, participando e, principalmente, com boa vontade de aprender, as cidades brasileiras avançariam muito e nós teriamos um Brasil ainda melhor.

Águeda Muniz, Secretária de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza

Principalmente as inovações tecnológicas. Todo esse pavilhão respira novas tecnologias. Além disso, a integração e a articulação entre as cidades em um abiente tão propício para isso. A parceria e a troca de conhecimentos que desenvolvemos aqui nos dão uma imensa satisfação de poder participar desse momento. Trocando ideia, vemos o quanto e como podemos melhorar nossas cidades.

Alberto Feitosa, Secretário de Saneamento do Recife

Num lugar como esse, entramos em contato com incontáveis ensinamentos. A oportunidade maior para nós, como poder público, é a possibilidade de sensibilizar entidades que tenham capacidade de financiar projetos sustentáveis para aplicarmos em nossas cidades. O que colhemos aqui são exemplos de cidades do mundo inteiro e a dimensão dos benefícios dessas práticas. Ficamos surpreendidos em ver tantas opções, inovações, oportunidades e caminhos para levar a sustentabilidade para as cidades.

Cida Pedrosa, Secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife

Esperamos aprender novas experiências com as demais cidades que estão aqui e dialogar. Essa não é uma luta só do Recife, é uma luta do mundo inteiro, mas exige uma pequena parcela de atuação de todos nós.

 

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