A comodidade é usualmente o primeiro fator lembrado quando o morador das metrópoles brasileiras se depara com a necessidade de escolher entre o transporte privado e o coletivo. Ou seja, o automóvel é preferencial por ser mais confortável, ainda que para enfrentar longos congestionamentos.
A população das cidades que enfrentam adversidades com sistemas de transporte público normalmente aponta entre os principais problemas a falta de manutenção dos veículos, o cronograma de horários que não é respeitado, e o baixo número de veículos na frota que torna as viagens de ônibus, trem e metrô parecidas com incursões às latas de sardinha. Além disso, a poluição, fator determinante para a qualidade do ar de nossas cidades.
Portanto, o transporte coletivo urbano precisa de transgressões que envolvam não apenas a energia limpa, mas a pontualidade, o conforto e a saúde. O investimento na área é essencial.
Em setembro deste ano a SuperVia, que opera os serviços de trens no Rio de Janeiro e em mais onze municípios da Região Metropolitana, anunciou o recorde de passageiros em único dia: 700 mil pessoas.
Com esses dados apresentados, o sistema realizou um investimento de mais 120 trens, que funcionam com apenas um terço da eletricidade em comparação aos antigos. Ainda, durante a frenagem os veículos geram energia e retroalimentam a rede elétrica. Tal investimento foi possível por conta do projeto envolvendo o Banco Mundial, a Supervia e o Governo Estadual do Rio de Janeiro.
Sobre esse envolvimento sustentável, Daniel Pulido, especialista em transporte do Banco Mundial, destacou, no site do Banco Mundial, como o transporte é o setor que mais consome combustíveis fósseis e no qual as emissões de CO2 crescem mais rapidamente no mundo.
“Por isso, investir no transporte de massa se torna essencial para cuidar do clima e dar mobilidade às pessoas”, asseverou, após visitar as reformas de algumas estações para os Jogos Olímpicos de 2016.
Além de se tornarem mais verdes, os trens do Rio estão mais confiáveis. Em 1998, por exemplo alcançavam só 30% das metas de pontualidade. Índice que hoje chega a 90%. O sistema de trens cobre 75% da área metropolitana do Rio de Janeiro, onde vivem cerca de 12 milhões de pessoas.
Para conhecer outras práticas na América Latina que envolvam redes mais amplas e sustentáveis, leia a reportagem do Banco Mundial, aqui.