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Fernando de Noronha recebe bicicletas compartilhadas

Noronha vai receber 105 bicicletas para o uso gratuito de moradores e turistas. (Foto: Blog Um Bilhete Por Favor)

O arquipélago de Fernando de Noronha é um dos paraísos turísticos do Brasil. Todos os anos, milhares de pessoas visitam suas ilhas, que estão localizadas a pouco mais de 500 quilômetros do Recife (PE) e chamam a atenção de turistas de todo o mundo por suas belíssimas praias. Uma de suas principais (e mais famosas) – a Praia do Sancho – foi  recentemente eleita como a mais bonita do mundo pelos usuários do site TripAdvisor. Tanta beleza, no entanto, ainda convive com verdadeiros desastres ambientais, seja na geração de energia (a maior parte do arquipélago é abastecida por uma termelétrica), seja na mobilidade, onde os buggies reinam absolutos.

A boa notícia é que, nesta quarta-feira (21), o Governo de Pernambuco (que administra o território) implantou a primeira etapa de um sistema de compartilhamento de bicicletas. A ideia é diversificar os modais circulantes, incentivando um deslocamento mais barato (os preços em Fernando de Noronha podem ser assustadores) e menos poluentes. O objetivo é fazer com que, até o fim de 2015, mais de 100 bikes compartilhadas estejam disponíveis gratuitamente para turistas e moradores do arquipélago. As bikes e estações de compartilhamento são uma doação do Banco Itaú, que também patrocina o sistema que funciona no Recife.

O esforço se soma ao Projeto Noronha Carbono Zero, que pretende tornar Fernando de Noronha o primeiro território carbono-neutro do Brasil. É através dele que o Governo de Pernambuco tem realizado intervenções para garantir a sustentabilidade do arquipélago, eleito Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO. Além de qualificar e reduzir a frota circulante, o projeto pretende substituir os combustíveis utilizados pelos aviões que aterrizam na ilha, que representam mais da metade do total de suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Cicloativistas questionam implantação de ciclovias

Implantado na capital Recife no início de 2013, o sistema de compartilhamento de bicicletas não foi sucedido pela instalação de uma infraestrutura cicloviária adequada. É o que diz a Ameciclo – Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife, que hoje representa a voz mais atuante da cidade quando o assunto é bicicleta. Há 2 meses, os cicloativistas lançaram uma campanha exigindo que a Prefeitura do Recife implante ao menos um quilômetro de ciclovias na cidade. O pleito é amparado pelo Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife, que, apesar de ter sido lançado pela própria Prefeitura em parceria com o Governo do Estado, não sai do papel desde 2014. A campanha já enviou mais de mil e-mails ao Secretário de Mobilidade da capital através da plataforma Meu Recife e está espalhando a hashtag #CadêAsCiclovias pelos quatro cantos da cidade.

Uma prova de que mobilidade – seja por transporte individual ou coletivo, motorizado ou não – só pode ser pensada de forma integrada. Em Fernando de Noronha, no Recife, no Brasil e no mundo.

Fernando Holanda é co-fundador do Meu Recife e coordena do eixo Cidades Sustentáveis no Centro de Estudos da RAPS – Rede de Ação Política pela Sustentabilidade.

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