Na Região Metropolitana de Montreal, 82 prefeitos uniram-se para desenvolver um planejamento conjunto, a fim de transformar a região em um centro urbano mais integrado e sustentável. O processo envolveu encontros e debates para compartilhar e fortalecer modelos de governo mais eficientes para regiões metropolitana. Agora, para que o objetivo se concretize, os gestores municipais estão aplicando práticas bem-sucedidas de outros países e desenvolvendo ferramentas próprias para alavancar a governança regional.
Segunda maior cidade do Canadá, Montreal e seus cerca de 1,7 milhão de habitantes ocupam em uma ilha no rio Saint Lawrence, rodeados por várias cidades menores. Ao total, 82 prefeituras e 3,7 milhões de pessoas dividem o espaço da ilha, reforçando a necessidade de um planejamento integrado para a região.
Para qualificar a gestão de serviços regionais como transportes, habitação, infraestrutura urbana, planejamento e preservação ambiental, no ano 2000 foi criada a Comunidade Metropolitana de Montreal (CMM). A partir daí, os 82 prefeitos começaram a trabalhar no Plano Metropolitano de Desenvolvimento e Uso do Solo (PMAD, na sigla em inglês), que tinha três áreas chave de atuação: desenvolvimento econômico, proteção ambiental e transportes.
O plano entrou em prática em 2011, depois de uma série de consultas públicas sem precedentes na região. As metas, traçadas para os próximos 20 anos, são ambiciosas: aumentar os deslocamentos feitos via transporte coletivo de 25% para 35% até 2031, concentrar 40% do investimento planejado para urbanização no entorno de grandes nós de transporte, e proteger 17% do território da ilha da degradação ambiental.
Repensar o transporte. Essa, talvez, seja a ideia central do plano, que tem no conceito de desenvolvimento orientado pelo transporte sustentável (DOTS) a principal ferramenta para reestruturar e melhorar o crescimento urbano, a partir da construção de comunidades densas e completas, com serviços, moradia, oportunidades de emprego e acesso ao transporte coletivo. Entre os destaques do plano, está ainda a construção de um “cinturão verde e azul” (green and blue belt), conectando áreas verdes, parques, rios e áreas protegidas por uma rede de ciclovias e rotas terrestres e hidroviárias para o transporte coletivo.
Até 2030, mais de 40 áreas metropolitanas em todo o mundo serão o lar de mais de 10 milhões de pessoas – cada uma. Para que esse crescimento aconteça de forma eficiente e sustentável, gestores precisam trabalhar juntos para resolver os problemas urbanos. Os desafios e as metas são muitos, mas os primeiros passos estão sendo dados.
(Fonte: CityLab)