
Detalhe na Praça Mauá completamente revitalizada. (Foto: Fernanda Boscaini / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Dar uma nova chance a áreas esquecidas e degradadas é abrir perspectiva para uma cidade mais próspera. Muitas megalópoles estão apostando no aproveitamento e na revitalização de espaços que já existem em sua mancha urbana, porém estão mal aproveitados. Na manhã de sábado (12), um grupo de 42 técnicos e pesquisadores nacionais e internacionais conheceu de perto o Porto Maravilha, projeto que está resgatando 5 milhões de metros quadrados na região portuária do Rio de Janeiro. A visita técnica fechou as atividades da Cúpula de Prefeitos e do Congresso Internacional Cidades & Transportes, que aconteceram na última semana, reunindo mais de mil participantes na Cidade das Artes. A organização foi do WRI Brasil Cidades Sustentáveis (produtor deste blog).
Diego Blanc, Assessor Chefe de Relações Internacionais do Gabinete do Prefeito, recepcionou os técnicos apontando os principais objetivos e meios para execução de um dos projetos mais ambiciosos que a cidade já viveu. “Há um investimento total de 8 bilhões de reais, montante que já nos foi repassado por meio da maior iniciativa público privada do Brasil”, explicou Blanc. O projeto iniciou em 2009, por decisão do prefeito Eduardo Paes, anfitrião da Cúpula de Prefeitos, e teve como momento emblemático a demolição do Elevado da Perimetral, no ano passado. O principal objetivo é resgatar a vida urbana que outrora vibrava na região com movimento de navios, comércio, moradias e oportunidades de emprego. Com o passar dos anos, porém, a área foi sendo esquecida, tornou-se um local perigoso e desvalorizado.
Quem circula pela Praça Mauá hoje, no entanto, pode perceber que o futuro já é realidade. A área já conta com o Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu do Amanhã (MAM), passeios urbanos verdes e revitalizados com iluminação, bancos e áreas de convívio, bem como serviços e novos empreendimentos. Até dezembro de 2016, a infraestrutura geral do Porto Maravilha contará com:
- Construção de 4,8 km de túneis;
- Reurbanização de 70 km de vias e 650.000 m² de calçadas;
- Reconstrução de 700 km de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, drenagem);
- Implantação de 17 km de ciclovias;
- Plantio de 15.000 árvores;
- Demolição do Elevado da Perimetral (4,8 km);
- Construção de 28 km de VLT – Veículo Leve sobre Trilhos
As metas passam por criação de habitações de interesse social; instalação de creches, UPAs e escolas que atendam a densidade populacional prevista; integração entre os diversos modais de transporte público, facilitando a acessibilidade e a comunicação com outras áreas; geração de empregos diretos e permanentes na região; regularização e formalização das atividades econômicas; formação profissional; criação de programas sociais e culturais; e apoio a iniciativas de desenvolvimento comunitário.

Participantes da visita técnica ao Porto Maravilha, no Rio. (Foto: Fernanda Boscaini / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Brittany Lane, colaboradora de Governança do WRI, questionou o assessor Diego Blanc sobre como deve ser o processo de habitação social na região. Blanc explicou que há previsão de novas moradias bem como projetos para capacitar os atuais moradores em serviços originados a partir da revitalização do espaço. “Vamos capacitar os residentes para que encontrem trabalho aqui. Assim, evitaremos que tenham que se deslocar por horas para acessar empregos e oportunidades em outros bairros distantes do porto”, informou Blanc.
Para coordenar o processo de implantação do Porto Maravilha, foi criada a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP),empresa de economia mista, controlada pela Prefeitura. A CDURP tem como principais funções implementar e gerir a concessão de obras e serviços públicos na região, além da administrar os recursos patrimoniais e financeiros referentes ao projeto.
Os donos de prédios abandonados também estão sendo estimulado a participem de forma direta no processo. Caso isso não aconteça, a Prefeitura cobrará impostos mais caros de empreendimentos inativos. “Isso faz com que a maioria queira investir, ou então, venda seu local para quem realmente tem interesse em fomentar a região de forma econômica e social”, esclareceu Diego Blanc. Assim, uma antiga área tornou-se a mais nova atração turística do Rio e um espaço de convívio e oportunidades para os cariocas.
Assim, uma antiga área tornou-se a mais nova atração turística do Rio e um espaço de convívio e oportunidades para os cariocas.
Saiba mais sobre o Porto Maravilha.

Novos empreendimentos tomam forma na região uma vez esquecida. (Foto: Fernanda Boscaini / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)

Espaço cultural e acessível já remodelado. (Foto: Fernanda Boscaini / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)