Faixas de segurança deveriam bastar para que os pedestres pudessem atravessar a rua sem correr riscos. O que vemos todos os dias, infelizmente, é que a infraestrutura voltada para os pedestres não é suficiente quando superada por um design urbano carrocêntrico.
As interseções, nesse cenário, tornam-se especialmente perigosas, na medida em que nem sempre garantem às pessoas a prioridade e o tempo de que precisa para atravessar. Outro fator de risco é o comportamento dos motoristas: um estudo do Oregon Transportation Research and Education Consortium (OTREC) mostrou que a tendência dos motoristas é se preocupar primeiro com os outros carros para só depois pensar nos pedestres.
O comportamento questionável, contudo, muitas vezes encontra respaldo no modo como as interseções são planejadas – pensando primeiro na mobilidade dos carros e só então na de pedestres e ciclistas. E se fosse diferente? Abaixo, confira quatro modelos de interseções que vão além dos semáforos e faixas de segurança para realmente priorizar a segurança dos pedestres.
Travessias e interseções elevadas
As faixas de pedestres ou mesmo toda a área central da interseção podem ser elevadas. A infraestrutura, desse modo, literalmente eleva os pedestres, deixando-os mais altos e na linha de visão dos motoristas. Ao mesmo tempo, por elevar o nível da rua, o modelo também exige a redução da velocidade por parte dos carros.
Neckdowns
Os chamados neckdowns reduzem a largura da via nos pontos de travessia das interseções, fazendo com que os carros reduzam a velocidade nas conversões e, ao mesmo tempo, diminuindo a distância que os pedestres têm de percorrer para atravessar. Geralmente, o modelo é parte de um conjunto de estratégias mais amplo para aumentar o espaço reservado aos pedestres e melhora a segurança.
Interseções protegidas
O modelo foi planejado pensando em garantir o deslocamento contínuo para os ciclistas, mas beneficia também os pedestres, na medida em que une diversos elementos para aumentar a segurança. Um dos pontos chave são as ilhas de refúgio em cada esquina, por onde passam as ciclovias e que dão aos ciclistas espaço para parar sem entrar em conflito com carros e pedestres.
Barnes Dance
O nome homenageia o engenheiro de tráfego Henry Barnes, defensor da solução já nos anos 1940. Além dos tempos de circulação dos carros, há um período destinado apenas aos pedestres. Assim, durante determinado intervalo, o cruzamento é totalmente liberado para a travessia das pessoas, em todas as direções. Além das faixas de segurança nas esquinas, geralmente também são pintadas as travessias em X, no centro da interseção. São Paulo implementou o modelo recentemente:
(Fonte: Next City)