
Arquitetas brasileiras, vencedoras do Concurso 3 Estações, estiveram no Center For Active Design em NYC para conversar frente a frente com quem criou o conceito utilizado por elas para desenvolver os projetos de microacessibilidade que venceram o Concurso. (Foto: Marcelo Noah)
Os melhores projetos de microacessibilidade a pedestres, ciclistas e usuários do transporte coletivo a partir do conceito de design ativo levaram os ganhadores do Concurso 3 Estações a Nova York para conhecer de perto quem mais entende do assunto. Nessa quarta-feira, segundo dia de visitas técnicas na cidade, representantes das equipes vencedoras reuniram-se com a urbanista Suzanne Nienaber, diretora de parcerias do Center for Active Design, no seu escritório em Downtown Manhattan.
Com o trabalho focado no planejamento urbano e políticas públicas para cidades sustentáveis, Nienaber mostrou como atividades físicas e melhores condições de saúde através do design podem ser facilmente alcançadas através de ações simples no desenho dos espaços de convivência urbana. Projetos voltados para a criação de “habitantes ativos”, com a valorização de escadas e passeios públicos, espaços voltados para a recreação física e o acesso a alimentos frescos estão entre os pontos-chave de suas ideias. Para a designer, “AD trata-se de criar pensando nas pessoas enquanto indivíduos, mas voltado para o coletivo”.
Ela acrescentou que, “quando surgimos com a proposta de aumentar o espaço voltado para pedestres e ciclistas, chegando até mesmo a excluir o trânsito de automóveis particulares como é o caso da Times Square, houve quem acreditasse que os efeitos seriam desastrosos. Porém, os fatos – e os números! – logo apontaram que estávamos certos. Não somente a atividade econômica aumentou expressivamente em tais regiões, como o número de acidentes de trânsito e atropelamentos caíram vertiginosamente, chegando até mesmo a zero em muitos pontos do centro da cidade. É ir lá para ver com os próprios olhos.”

Times Square – após o active design, as pessoas ganharam muito mais espaço nas vias e estímulo ao transporte ativo. (Foto: NYC DOT/Flickr)
Com a experiência, um dos aprendizados na Big Apple foi que o caráter experimental, de rápida implementação e baixos custos foram determinantes para a compreensão e apoio da sociedade. “Entendendo a cidade como um organismo vivo, fica mais fácil aceitar as transformações”. A especialista explicou às arquitetas brasileiras que parte do trabalho consiste em propor períodos de teste, para que as pessoas entendam as mudanças como processo. “Uma vez feito, é preciso agir de modo a recolher a maior quantidade de dados e avaliações possíveis, tanto para saber o que precisa melhorar quanto para comprovar a viabilidade e eficácia das ideias implementadas”, concluiu Nienaber.
O Center For Active Design disponibilizou no seu site o Active Design Guidelines para download gratuito. O manual explicita as práticas para a criação de espaços eficientes que convidem as pessoas a agirem propositivamente contra a inércia do sedentarismo.
As arquitetas Camila Paim, Fabiane Sakai Ito, Fernanda Merces, Carolina Guido Monteiro e Alessandra Mimura continuam a agenda de compromissos técnicos hoje, quando vão ao departamento de trânsito de Nova York, o NYC Department of Transportation, e amanhã, quando visitam o Dr. Karen Lee, do Highline Park. Fique ligado no blog para novidades!

Arquitetas brasileiras prestam atenção à urbanista Suzanne Nienaber, do Center for Active Design, que conta como o modelo foi implantado em NYC. (Foto: Marcelo Noah)

Suzanne Nienaber, do Center For Active Design, recebe vencedoras do Concurso 3 Estaçõers no escritório da organização, em Manhattan. (Foto: Marcelo Noah)
O Concurso 3 Estações foi realizado pelo WRI Brasil | EMBARQ Brasil e USP Cidades, com patrocínio da Caterpillar e apoio da Plataforma Conexões do Rio Pinheiros.