
O bairro chamado de BedZED, em Londres, foi construído para ser uma comunidade de emissão zero e é o primeiro bairro do mundo a atingir essa meta. (Foto: Tom Chance/Flickr)
Os impactos das mudanças climáticas no dia a dia de pessoas no mundo todo ganham intensidade a cada ano. Diante disso, pensar a sustentabilidade, desde atividades comuns do cotidiano até seu papel na produtividade industrial, tornou-se uma preocupação global.
A construção é um dos setores em que essa presença tem sido cada vez mais impactante. Construir de forma sustentável, visando ao uso eficiente de recursos e ao menor impacto ambiental, implica benefícios diretos para pessoas e empresas. Os principais deles, conforme apontado pelo relatório World Green Building Trends, são o ganho em saúde e produtividade e a economia de energia.
Com a sustentabilidade aparecendo como um elemento-chave para as construções, cada vez mais novas tecnologias são desenvolvidas para o setor, visando à conservação e ao uso eficiente dos recursos naturais.
1. Materiais sustentáveis
A construção de um prédio implica o consumo de recursos em grandes quantidades. É por isso que a opção por materiais reciclados, biodegradáveis e sustentáveis faz tanta diferença. Materiais biodegradáveis como as tintas naturais, que não apresentam os componentes orgânicos das versões tradicionais, além de se decompor naturalmente, são uma solução para a poluição interna. Para evitar ainda mais desperdício de recursos naturais já escassos, é possível fazer escolhas diferentes, como preferir o uso de vigas de aço feitas de metal reciclado, que oferecem maior resistência a fenômenos naturais mais extremos.
2. Arquitetura verde e ventilação cruzada
Às vezes, basta adaptar o desenho do prédio para evitar o gasto desnecessário de energia. Um exemplo é a tecnologia chamada Lumiventt. O nome vem da união das palavras lumen (luz) e ventus (vento) e, na prática, designa o desenho de edificações que permite o fluxo livre de luz e ventilação naturais.
3. Construções zero-energy
Os prédios construídos seguindo essa lógica são desenhados para se manter apenas com fontes de energia renovável, como a solar e a eólica. O design para construções de energia-zero utiliza painéis e células solares, turbinas eólicas e biocombustíveis para suprir a demanda de eletricidade do prédio. A opção pode ser mais cara no começo, mas, em longo prazo, o investimento é compensado pela economia em energia e pela redução das emissões.
4. Reaproveitamento de água e tecnologias de abastecimento
Os edifícios são responsáveis pelo consumo de 13,6% da água potável no mundo, ou 15 trilhões de galões por ano. Sistemas planejados visando ao consumo eficiente da água têm como meta reduzir seu uso em 15, utilizando-se, para isso, de equipamentos de armazenamento para gerenciar o consumo da água, aproveitamento da água da chuva e reaproveitamento da água já utilizada para outros fins.
5. Gerenciamento da água da chuva
A água da chuva, em particular quando vem em grande quantidade, pode ser administrada de forma a evitar ou amenizar os casos de erosão nas áreas rurais e de inundações nos centos urbanos. Uma das formas de fazer isso é usando, justamente, a natureza: as plantas, estejam no chão, em telhados verdes ou mesmo em vasos, ajudam a absorver a água na medida em que ela cai. Grande exemplo de aplicação dessa ideia é St. Kjeld, em Copenhague. Considerado o primeiro bairro do mundo adaptado às mudanças climáticas,foi focado na construção de estruturas verdes, majoritariamente naturais, que pudessem escoar a água da chuva.
6. Janelas inteligentes
Trata-se de uma versão verde das janelas, revestidas com um óxido de metal para bloquear os raios nocivos do sol durante o verão e, no inverno, manter o calor interior do ambiente. Uma versão ainda mais avançada é o “vidro inteligente”, também chamado de vidro eletrocromático. Usando pouca eletricidade, o vidro muda as cargas dos íons para controlar a quantidade de luz que reflete, ficando mais escuro nos horários em que a luz solar é mais intensa.
7. Cool roofs
Esses telhados, como as janelas e vidros inteligentes, refletem a luz solar e, assim, diminuem a intensidade do calor no interior das edificações. Feito de telhas especiais e tinta refletora, têm altos níveis de reflexão da luz solar e de proteção térmica, que, juntos, fazem com que o prédio absorva menos calor. Dessa forma, o interior é mantido em temperatura mais amena sem o uso de ar-condicionado, diminuindo os gastos financeiros e de energia e, de quebra, reduzindo o total de emissões.
(Fonte: TriplePundit)
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