
Transporte ativo: poluição atmosférica pode ser prejudicial à saúde dos ciclistas, mas a práticas ainda assim é recomendada por especialistas, pois benefícios da atividade física superam os malefícios da má qualidade do ar. (Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil)
Os massivos investimentos em ciclovias feitos por São Paulo resultaram no dobro de ciclistas circulando pela capital ao longo do último ano. Com a conquista de cada vez mais espaço, gradualmente ganham mais liberdade para pedalar com segurança pelas ruas. Mesmo assim, uma ameaça invisível – mas perigosa – ainda existe. É a poluição, que atingiu seu pico dos últimos sete anos na cidade. Daí surge a questão: como fica a saúde de quem escolhe pedalar?
O Instituto do Coração, ligado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo criou o Projeto PEDAL, que busca uma resposta pra essa pergunta. O primeiro passo é um questionário que visa mapear o perfil dos ciclistas de São Paulo. Paralelamente, serão coletadas informações sobre poluição, tráfego e clima na capital. Os dados irão subsidiar o estudo, que vai analisar a saúde e condição física dos ciclistas.
Vale lembrar que o projeto incentiva a pedalada, pois ressalta que embora a poluição seja prejudicial, a prática de pedalar compensa os malefícios da má qualidade do ar. “Quem faz exercícios regularmente, de forma leve e moderada, reduz os radicais livres, diminui o peso e o colesterol ruim, controla melhor a glicemia e diminui a inflamação do organismo. Além disso, o uso da bicicleta como transporte diminui a emissão de poluidores”, afirma Ubiratan de Paula Santos, coordenador do projeto, ao site do UOL.
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Outro estudo que relaciona saúde e poluição em São Paulo está em andamento numa parceria entre a prefeitura e a USP. Ele coloca os impactos da mobilidade em foco ao analisar os efeitos da poluição do ar sobre os cidadãos. O objetivo é contabilizar os prejuízos à saúde e à economia em decorrência das emissões do trânsito. Além disso, os resultados subsidiarão a cidade com dados a favor da implementação das ciclovias e faixas exclusivas para ônibus.
Em 2013, a poluição do ar matou três vezes mais pessoas do que acidentes de trânsito. Isso significa que moldar o espaço urbano para a priorização do transporte ativo é uma urgência cada vez maior nas nossas cidades.