
Prefeito de Nova York, Bill de Blasio, assinou lei de redução da velocidade máxima permitida: 40 km/h. (Foto: NYDOT)
Você acharia improvável se 2,6 mil aviões despencassem a cada ano sem nenhum sobrevivente? Saiba que as fatalidades de trânsito equivalem a este desastre, matando 1,3 milhão de pessoas todos os anos.
A cidade de Nova York tomou uma decisão estratégica para combater esta verdadeira epidemia global. Na semana passada, o prefeito Bill de Blasio assinou lei que estabelece 40 km/h (25 mph) como velocidade máxima nas suas ruas. A norma vale para todos os modais, motorizados ou não.
Reduzir a velocidade é uma urgência global. Para entender os efeitos da medida, façamos uma comparação: se um carro a 60 km/h atinge um pedestre, este tem somente 2% de chances de sobreviver. Se este mesmo carro estiver a 40 km/h, as chances de o pedestre sair com vida sobem para 64%. Além disso, a Organização Mundial da Saúde alerta que diminuir 5% do limite de velocidade, em média, pode evitar 30% das fatalidades.
A nova lei da Big Apple integra os esforços do Visão Zero, conjunto de políticas que nasceu na Suécia e foi adotado por vários países para diminuir índices de fatalidades de trânsito. A atuação em velocidade integra uma série de ações como qualificação do ambiente viário, priorização de meios de transporte não motorizados, fiscalização e educação.
Nova York traz uma lição encorajadora sobre esta questão, que ainda gera controvérsias ainda que 92% de todas as fatalidades ocorram nos países em desenvolvimento. O dado está no Relatório Global de Segurança Viária da OMS, que mostra que, no Brasil, 18 em cada 100 mil pessoas morrem no trânsito.
Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, onde limites de velocidade beiram os 80 km/h, o índice de vidas perdidas é de 13 e 15 em 100 mil habitantes, respectivamente; enquanto em Estocolmo e Copenhague, por exemplo, apenas uma pessoa em 100 mil falece no trânsito. Lá, a máxima não ultrapassa 50 km/h. “Me parece muito óbvio que temos de atuar na redução da velocidade para salvar vidas”, pontua Luis Antonio Lindau, diretor-presidente da EMBARQ Brasil (produtora deste blog).
Se acelerar menos o carro acrescenta alguns minutos extras no deslocamento pra casa, no fim do dia pode significar milhares de pessoas voltando pra casa – com vida.
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