
M-1 Rail é o novo bonde de Detroit, nos Estados Unidos. Muitos vêm considerando o projeto como ineficiente para as necessidades dos residentes da cidade. (Foto: divulgação)
A rápida expansão urbana, que levará 60% da população mundial às cidades até 2050, preocupa especialistas em planejamento urbano e mudanças climáticas e organizações internacionais. Ainda não estamos preparados em termos de infraestrutura de transportes e é preciso agir agora, alertam eles, para enfrentar tamanha densidade. Uma rede de transportes eficiente é fundamental, pois a forma como nos locomovemos gera impactos sociais, econômicos e ambientais.
Mas, e quando uma cidade contradiz esta tendência? Detroit, nos Estados Unidos, perdeu mais da metade de seus moradores – 65% deles – em cerca de 60 anos. A cidade se encontrou diante de uma crise econômica que culminou na perda da produção industrial da cidade, no abandono das residências, na depredação do espaço urbano e de serviços públicos, como iluminação e segurança, por exemplo. Além disso, uma dívida de 18,5 bilhões de dólares levou a cidade a declarar falência.
Como explicar, então, a aprovação de 137 milhões de dólares para a construção de uma linha de monotrilho com extensão de 5 km na cidade? O M-1 Rail está em fase de implantação numa avenida tomada 40% por garagens inutilizadas. Um veículo de mídia local afirma que 26% dos residentes não possuem carro na cidade, e mesmo assim não utilizariam o monotrilho porque não é vantajoso – já que o serviço de ônibus da cidade pode permear bairros e percorrer distâncias muito maiores, além de serem mais acessíveis.

Mapa do M-1 Rail. Mídia local acredita que usuários de ônibus não migrariam para uma linha de apenas 5 km, já que o sistema de ônibus pode permear os bairros da cidade mais facilmente. (Foto: divulgação – site oficial)
Sistemas de transporte coletivo por ônibus já provaram, de fato, ser mais vantajosos financeiramente. Implantar um BRT (Bus Rapid Transit), por exemplo, custa 15 vezes menos do que uma linha de metrô. A diferença justifica a escolha de 181 cidades no mundo que implantaram seus sistemas. O Economist também publicou um artigo, na última semana, afirmando que os bondes são um desperdício de dinheiro. O estudo afirma que eles são mais caros e não contribuem com o desenvolvimento urbano que espera-se de um sistema de transportes eficiente e abrangente. “A quantia gasta em bondes desvia recursos de formas mais rentáveis de transporte coletivo, como o ônibus, que oferecem um serviço mais barato e eficiente, embora sejam considerados menos atraentes”, diz a publicação, em tradução livre.
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