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Desmistificando o desenvolvimento orientado ao transporte (DOT)

Estratégias de desenvolvimento orientado ao transporte ajuda áreas urbanas a desenvolver sustentabilidade, uso do solo, planejamento do transporte, e design urbano para criar cidades mais orientadas às pessoas. Na foto, pequenos negócios e pedestres perto de uma estação do BRT Metrobús na Cidade do México. (Photo: Justin Swan/Flickr)

Publicado originalmente em inglês por Robin King e Luis Zamorano no TheCityFix.

Cidades de todo o mundo estão na corrida para gerenciar com a rápida e muitas vezes descontrolada urbanização. Moradores das periferias suburbanas da Cidade do México, por exemplo, gastam até duas horas e meia se deslocando em cada sentido e 30% de sua renda mensal em transporte. Sem dúvidas, estes desafios serão agravados pelos 1,5 bilhões de pessoas que viverão nas cidades até 2030. Felizmente, esta tendência pode ser controlada: transformando o design urbano para focas nas necessidades das pessoas – não dos carros –para expandir o acesso às oportunidades, ao emprego, à educação e à saúde para os residentes.

O desenvolvimento orientado ao transporte (DOT), um planejamento estratégico que incentiva o uso misto do solo com áreas residenciais e comerciais, acesso ao transporte público e uma gama de opções de mobilidade  como o ciclismo e a caminhada, é a chave para criar comunidades urbanas mais sustentáveis e agradáveis para viver.

Para ajudar os líderes públicos mudarem para um paradigma de planejamento que crie bairros mais compactos e cidades saudáveis, a rede EMBARQ (produtora do TheCityFix.com) divulgou um Guia de Desenvolvimento Orientado ao Transporte para Comunidades Urbanas. Ele combina as melhores práticas de comunidades e diretrizes de design para criar cidades mais saudáveis, sustentáveis e orientadas para as pessoas.

O QUE O DESENVOLVIMENTO ORIENTADO AO TRANSPORTE PODE FAZER PELAS CIDADES?

O transporte está na interseção de muitos fatores que moldam as comunidades urbanas. Ele tem a capacidade de unir diversos enclaves pela cidade, ajudando as comunidades a reconhecer as redes físicas, econômicas, sociais e ambientais que as unem. Ruas conectadas criam comunidades fortes e resilientes, maior conhecimento cultural, e laços sociais mais sólidos. Comunidades conectadas expandem oportunidades econômicas e de emprego, especialmente para mulheres, bem como melhora a saúde dos residentes da cidade ao melhorar a caminhabilidade nas ruas e incentivar a atividade física. Os centros do bairro e a atividade comercial no piso térreo criam mais “olhos na rua”, o que mantém cidadãos mais seguros, e promovem o tráfego a pé para negócios locais, movimentando a economia local. Desta forma, o desenvolvimento orientado ao transporte promove desenvolvimento econômico loal, apoiando pequenos e médios negócios e possibilitando que pequenos empreendedores possam competir com grandes marcas em um campo de jogo mais nivelado.

O que estes elementos têm em comum é que eles colocam as pessoas e comunidades antes e à frente dos veículos, ruas e outras infraestruturas urbanas. O design orientado às pessoas não está limitado à construção do meio ambiente, mas também inclui processos de participação social que permite todos os cidadãos – até os tradicionalmente excluídos deste pro cesso – a ter voz no futuro da cidade deles.

AGORA É A HORA PARA UM NOVO PARADIGMA EM PLANEJAMENTO

Práticas de planejamento urbano pelo mundo, do México à Índia, criaram bairros “carrocêntrico” com grandes quadras e ambientes desfavoráveis para pedestres e ciclistas, sem conexão com o transporte coletivo. Continuar com este padrão de uso do solo cria um padrão de um futuro com o crescimento persistente da posse do carro, culminando em problemas de congestionamento e poluição do ar.

Algumas cidades e até o governo nacional estão tentando virar as mesas na expansão urbana. O México, por exemplo, está promovendo comunidades urbanas compactas, com a intenção de combater a história de expansão urbana do país ao promover incentivos financeiros para o desenvolvimento de infraestrutura no núcleo urbano mais do que na periferia suburbana. Pela primeira vez, a Cidade do México está preparando novos códigos urbanos baseamos nos princípios do desenvolvimento orientado ao transporte, promovendo a habitação de baixa e média renda perto dos terminais de transporte coletivo. Para ser aprovado pelo governo local até o verão deste anos, estes códigos vão possibilitar aos desenvolvedores para aumentar a densidade residencial, criar pisos térreos ativos e desencorajar a posse do carro, estabelecendo uma quantidade máxima de estacionamento para novos edifícios. Mas, apesar destes exemplos de progresso, o desenvolvimento orientado ao transporte público ainda é uma estratégia subutilizada na maioria das cidades.

Agora é a hora para os planejadores e tomadores de decisão das cidades abraçarem o desenvolvimento orientado ao transporte e integrar o planejamento de uso do solo, transporte sustentável, e design urbano centrado nas pessoas. A adoção do DOT pode fortalecer muitas diferenças já existentes nas estratégias de desenvolvimento urbano na meta comum de melhorar o acesso e a qualidade de vida para os moradores de cidade pelo mundo.

Tejas Pande e Rachel Jaffe também contribuíram com este post.

Tradução: Luísa Zottis, TheCityFixBrasil 

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