
Pesquisa do Insper conclui que pedágio urbano em São Paulo faria até 30% dos motoristas optarem por outros modais de transporte (Foto: Claudio Edinger)
Não é novidade que o trânsito de São Paulo piora a cada ano. Com uma frota de veículos que já ultrapassou os sete milhões, a cidade frequentemente quebra os próprios recordes de congestionamento. Como diminuir a quantidade de carros nas ruas? Um estudo do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) mostra que é possível fazer quase 30% dos motoristas optarem pelo metrô ou pelo ônibus se um pedágio urbano de cinco reais for implantado no centro expandido da capital.
Construir estações de metrô e corredores de ônibus não é o suficiente para convencer os moradores de São Paulo a deixar o carro na garagem – é preciso doer no bolso. De acordo com a matéria publicada em EXAME.com, se o valor fosse aplicado em toda a cidade, a queda na presença dos automóveis de uso pessoal chegaria a 56%. A cobrança foi a única solução considerada eficaz pelos pesquisadores Rodrigo Moita e Carlos Eduardo Lopes no estudo “A Infraestrutura Urbana e a Demanda por Meios de Transporte na Região Metropolitana de São Paulo”.
Para fazer a pesquisa, eles simularam as variações nos usos dos principais meios de transporte da cidade – metrô, ônibus ou carro – a partir de duas situações: diante da construção de mais estações de metrô e corredores de ônibus e pela aplicação do pedágio urbano. A conclusão foi de que a argumentação de motoristas que dizem que largarão o carro quando tiverem um transporte público decente não é verdadeira, já que a mudança não ocorre, por exemplo, quando uma nova estação de metrô é construída.
No cenário da cobrança de cinco reais, a questão é se o transporte público da cidade, saturado em horários de pico, daria conta dos novos usuários: a estimativa é que o uso do metrô subiria 57%, e o dos ônibus, 59%. O estudo reconhece, no entanto, que não consegue prever a migração dos motoristas para os ônibus considerando que a mudança ocorra pelo fato do corredor restringir o espaço dos carros e piorar o trânsito na região.
Fonte: Exame.com