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Acidentes com motos afetam também economia familiar das vítimas

Clínica de reabilitação para vítimas. (Foto: Ceir)

De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina no Trânsito (Abramet), 73% das vítimas de acidente com moto chegam ao hospital em estado grave, ocupando 40% das vagas das unidades de Terapia Intensiva (UTIs) públicas. Os números refletem uma realidade de risco que os motociclistas se submetem diariamente, especialmente aqueles que utilizam a moto para trabalhar e acabam sofrendo com as consequências não apenas na saúde, como também na renda familiar.

Uma pesquisa do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP revelou que 40% dos motociclistas que entram nos hospitais usavam a moto para o sustento. Com o acidente, as famílias passam dificuldades e tiveram que fazer até empréstimos para pagar as dívidas, já que a maior parte (40,6%) sofre lesões graves nas pernas ou sequelas, como amputações e paraplegia.

O próprio IOT do hospital acompanhou um grupo de 68 pacientes durante mais de um ano e registrou as duras consequências. A maioria era homem entre 18 e 28 anos, e 84% deles falaram que o trauma afetou toda a família. 46% dos pacientes tiveram que fazer empréstimos para conseguir pagar as contas e a situação ficou ainda pior em 17,6% dos casos, em que os parentes tiveram de largar o emprego para ajudar nos cuidados com a vítima.

Foto: Mucoide

Ações para reverter o panorama

Com mais de 19 milhões de unidades em circulação, as motos já representam 27% da frota nacional de veículos, e os números continuam crescendo. Para o diretor da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves, podem contribuir para reduzir os números o uso de faixas exclusivas nas cidades, exames periódicos para motociclistas, penas mais duras, jornadas reduzidas para quem trabalha com motos e investimento em educação no trânsito desde a educação infantil.

“Somos a favor que a moto seja regulamentada para servir à população como um todo. A moto nas ruas não pode ter a conotação de uma atividade radical. A moto é ágil, mas é frágil”, argumenta Dirceu em entrevista à Agência Brasil.

Assista aqui a reportagem do Bom Dia Brasil sobre o assunto.

Fontes: Bom Dia Brasil e Agência Brasil

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