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Exemplo de Seul inspira projeto de revitalização do Arroio Dilúvio em Porto Alegre

Antes e depois da revitalização do arroio Cheonggyecheon em Seul, Coreia do Sul. (Fotos: Preservenet)

Por Guillermo Petzhold

Nesta terça-feira (06), foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Em alusão a isto, a Prefeitura de Porto Alegre realizou uma mesa redonda na qual foi debatido o tema: “Cidades sustentáveis: qual a Porto Alegre que queremos?”. Entre os tópicos abordados, um deles foi referente à revitalização do Arroio Dilúvio, que vem sendo, ao passar dos anos, extremamente degradado por esgotos e resíduos sólidos.

Palco de um protesto muito criativo no ano passado, o Arroio Dilúvio ganhou, no final de 2011, um projeto para sua recuperação baseado no exemplo de Seul. O Projeto Arroio Dilúvio começou a partir de uma comitiva integrada pelo governador do Estado, Tarso Genro, e reitores de universidades gaúchas à Coreia do Sul. A recuperação do arroio Cheonggyecheon atestou que é possível fazer a mesma coisa em Porto Alegre. Desde então, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e as prefeituras de Porto Alegre e Viamão desenvolvem o trabalho. Confira mais sobre o projeto aqui.

Protesto no Dia Mundial do Meio Ambiente na capital gaúcha. (Foto: Ronaldo Bernardi / Zero Hora)

Conforme o professor André Luiz Lopes da Silveira, um terço do esgoto de Porto Alegre é produzido pelos moradores da Bacia do Arroio Dilúvio. “Por ignorância ou teimosia, as pessoas ligam o seu esgoto à rede pluvial, criada para receber água da chuva, e não na cloacal, preparada para o esgoto doméstico”. Um dos motivos para a ocorrência disto deve-se ao fato da cobrança de uma taxa para a conexão a rede de esgotos sanitários, o que acaba por gerar uma aversão ao sistema. O professor ainda acrescenta que não há a rede cloacal apenas em um trecho entre a UFRGS e a PUC. O arroio Dilúvio recebe 2,5 milhões de litros de poluentes todos os dias e 50 mil m³ de detritos anualmente. Leia mais na reportagem do Correio do Povo.

Espuma cobre a superfície do Dilúvio. (Foto: Fabiano do Amaral / Correio do Povo)

Para acabar com esse problema, entretanto, muitas pessoas pensam que a melhor solução seria, simplesmente, tapar o arroio. Para a doutora Betina Blochtein isso acontece porque “as pessoas não querem mais vê-lo. Esse é o mesmo conceito do cidadão que joga seu azeite na pia porque não quer mais ver, porque assim é mais fácil. As pessoas procuram uma solução rápida, mas não são consequentes como deveriam ser”. Leia mais aqui.

Contudo isso vai diretamente contra as tendências atuais e ao principal exemplo adotado por Porto Alegre para a revitalização do arroio, uma vez que Seul cobriu o arroio em 1960 para, posteriormente, construir uma via expressa e, em 2003, devolveu o riacho a sua população.

Essa tendência não se limita apenas ao caso coreano. Outras práticas de “revoluções urbanas” podem ser conferidas na publicação “Life and Death of Urban Highways”.

Se você também apoia a transformação, não se esqueça de curtir a página do “Eu quero o arroio dilúvio despoluído e limpo” no Facebook!

A beleza do arroio em Porto Alegre. (Foto: Eu quero o Arroio Dilúvio Despoluído e Limpo)

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