
Sistema BRT, que está sendo implementado no Rio, é um dos exemplos para mobilidade "limpa". (Foto: Prefeitura do Rio)
O novo relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, do PNUMA – ONU, divulgado quarta-feira (16/11), mostra que governos e empresas estão tomando medidas para acelerar uma mudança global para um futuro verde de baixo carbono, com eficiência de recursos e inclusão social. O documento apresenta soluções sustentáveis que estão mudando a realidade de diferentes países ao redor do mundo.
O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que “O estudo do PNUMA sobre Economia Verde desafia o mito de que economia e meio ambiente não se relacionam. Com políticas públicas inteligentes, os governos podem fazer crescer suas economias, gerar emprego decente e acelerar o progresso social de forma a manter a pegada ecológica da humanidade dentro da capacidade do planeta”.
O relatório mostra que investir o equivalente a 2% do PIB mundial em 10 setores-chave (agricultura, energia, construção, água, florestas, pesca, indústria, resíduos, turismo e transporte) não só desloca a economia global para uma trajetória de crescimento mais sustentável, mas também mantém ou aumenta o crescimento ao longo do tempo, em comparação com o cenário habitual de negócios.
Tendo isto em vista, um número crescente de países vêm investindo em iniciativas para acelerar essa transição. A China, por exemplo, é o país que mais investe em energia renovável. O Brasil também é visto como um bom exemplo, especialmente na área de planejamento urbano e mobilidade, com as iniciativas implantadas em Curitiba. O documento ressalta a construção de 500 mil casas com sistemas de aquecimento solar, resultando em 30 mil novos empregos no país. Outras nações, como Barbados, Camboja, Indonésia, República da Coreia e África do Sul, já têm planos nacionais de Economia Verde que refletem as recomendações do relatório.
A publicação traz recomendações de políticas em cada um dos 10 setores-chave que influenciam no caminho sustentável da economia e do bem-estar social, bem como sobre o financiamento e as condições de habilitação.
BRT é exemplo
Atualmente, o setor de transporte é um dos principais responsáveis pela poluição do ar das grandes cidades. Para transformar essa realidade, o relatório da ONU aponta o sistema de ônibus rápidos em corredores exclusivos como uma das grandes soluções. Muitos países já adotaram o BRT-Bus Rapid Transit como o principal sistema de transporte público e notam diminuição no nível de poluentes e aumento de qualidade dos serviços para sua população. No Brasil, Curitiba foi a pioneira do sistema; Rio de Janeiro e Belo Horizonte já iniciaram as obras de implementação; Recife e Porto Alegre analisam projetos.
O relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza” pode ser acessado, em inglês, no site: www.unep.org/greeneconomy.
PNUMA em ação
No âmbito dos negócios, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estabeleceu parcerias com 285 dos principais investidores do mundo — representando US$ 20 trilhões de ativos —, que pediram aos governos que mobilizem a ação sobre a mudança climática, incluindo investimentos em indústrias emergentes como as energias renováveis e edificações verdes. Apelos semelhantes foram realizados pela Câmara de Comércio Internacional, que representa centenas de milhares de empresas em mais de 130 países.
“A Convenção da ONU sobre Mudança do Clima em Durban, que acontecerá na próxima semana, e a Rio+20, são grandes oportunidades para acelerar e ampliar a Economia Verde. Ações de Cooperação abrangem desde a Iniciativa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) até as compras verdes para mudar os esforços nacionais no campo da sustentabilidade. Ademais, um novo indicador de riqueza vai além do PIB e internaliza os custos da poluição e degradação ao trazer o verdadeiro valor da natureza, com base em cálculos que nos levam a um caminho de sucesso e economicamente sustentável”, disse Achim Steiner, Diretor-Executivo do PNUMA.
Fonte: PNUMA / ONU