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Medellín paralisada por greve de ônibus e extorsão

Motoristas de ônibus reivindicam mais proteção e segurança do governo local (Foto: Jimmy Baikovicius)

Bairros de Medellin, Colômbia, foram paralisados por um protesto dos motoristas de ônibus. A greve teve início depois que Duban de Jesus Botero Vera foi assassinado por se recusar a pagar extorsão. O motorista morto era condutor de ônibus em Medellin há quase duas décadas, desde seus 14 anos.

Mais de 50 mil pessoas foram afetadas pelas greves em mais de 9 bairros do nordeste de Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia. O grupo acusado de ser o responsável pelo assassinato, o Los Muchachos, cobra $ 50.000 pesos, (US$ 25,00 dólares), por semana, dos motoristas de ônibus. Jesus Botero Vera foi o quinto motorista a ser executado, este ano, na cidade de Medellín, a capital do estado de Antioquia

Os motoristas de ônibus estão em greve desde 22 de julho para exigir maior proteção contra as gangues chantagistas. Esta greve acontece apenas uma semana após um protesto semelhante que exigia melhor segurança dos policiais e da administração. A greve parou mais de 170 ônibus pertencentes a quatro rotas e de integração com o metrô. Taxistas oportunistas se aproveitaram da situação e aumentaram os preços para transportar os moradores destes bairros.

As taxas de extorsão são uma fonte lucrativa de renda para as quadrilhas de Medellín que cobram dos motoristas de ônibus, por vezes, mais da metade de sua renda, faça chuva ou faça sol. “Sendo um motorista de ônibus, você aluga um ônibus de uma empresa específica e paga a uma gangue para ser autorizado na rota”, diz Adriaan Alsema, editor do ColombiaReports.com, “o que resta vai para você e sua família.”

Os motoristas de ônibus competem ferozmente nas rotas, pagando a informantes para obter informações sobre quais ônibus passaram recentemente. “Cada motorista é um concorrente de seus colegas, o que resulta na aplicação de ações estranhas entre os motoristas de ônibus: o motorista tenta ultrapassar o ônibus na mesma rota para [roubar] passageiros”, conta Alsema, “isso leva a situações extremamente perigosas e a acidentes, muitas vezes, mortais. ”

Os motoristas de ônibus de Medellín responderam ao assassinato de um deles com outro assassinato, de um adolescente membro da gangue Los Muchachos, deixando um bilhete: “por matar conductores”. Apesar do fato de Medellín ter um metrô e estar colocando em circulação novos carros neste verão, o metrô serve apenas a uma pequena porção de viagens na cidade. Consequentemente, a maioria dos cidadãos conta com um sistema de ônibus caótico. “Os bairros afetados são principalmente os do alto dos morros, ou seja, os mais pobres”, continua Alsema.

Agências governamentais em países em desenvolvimento enfrentam dificuldades e fatores externos enormes para implementar transportes eficientes para seus cidadãos. O transporte público é uma necessidade nos bairros mais pobres e quando não é regulamentado, deixa os cidadãos ainda mais vulneráveis ​​a forças ilegais mais poderosas.

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