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Mapas “Legible London” encoraja caminhadas

Texto originalmente publicado no TheCityFix International, em 26 de abril de 2011, por Itir Sonuparlak.

Uma série de mapas feitos para pedestres foi colocado em pontos estratégicos ao redor de Londres encorajando as pessoas a escolher a caminhada a outros meios de transporte. Foto por Charlotte Gilhooly.

Transport for London (TfL), o órgão governamental encarregado pelo sistema de transporte da Grande Londres, instalou mapas amigáveis aos pedestres em pontos estratégicos da cidade, como entradas de metrô e paradas de ônibus, para incentivar as caminhadas. Além de ser um modo de transporte saudável e sustentável, a caminhada ajuda as pessoas a economizar tempo. “109 percursos entre bairros próximos ao centro são mais rápidas à pé do que pelo Metrô de Londres”, diz o site do TfL.

A campanha “Legible London” opera em dois pontos-chave derivados de um estudo de 2006: 1) caminhar pode levar a benefícios importantes para o sistema de transportes, economia e saúde pública; e 2) informações públicas previsíveis, coerentes e oficiais são a chave para conquistar a confiança dos pedestres.

O estudo de 2006 mostrou que os sistemas de sinalização de Londres eram incoerentes. A dependência que os pedestres tinham dos mapas do metrô complicavam ainda mais a mobilidade urbana, pois os mapas são geograficamente distorcidos, de acordo com o ThisBigCity, um blog de arquitetura e planejamento urbano. O Legible London enfatiza o problema dizendo “embora o design dos mapas do metrô sejam ideais para auxiliar as viagens no subsolo, eles não são projetados para viagens a pé e não representam os locais exatos das estações, ou distâncias entre os destinos”.

Em resposta, o estudo propôs duas recomendações, que dão origem ao projeto “Legible London”. A primeira era estabelecer um sistema de autonavegação que apóie o desenvolvimento de um “mapa mental”, um processo pelo qual interagimos com nosso ambiente. A segunda recomendação era criar um mapa central e dinâmico, que poderia fornecer a base para outros mapas impressos e sinalizações, que podem ser alterados com base nos fatores geográficos. A secunda recomendação inclui a disponibilização dos mapas e das informações de transporte disponíveis para o público através de várias tecnologias. Você pode baixar o estudo aqui.

Os mapas “Legible London” incluem círculos que mostram rotas a 5 e 15 minutos de caminhada para ajudar os pedestres a decidirem se ir caminhando é a melhor opção. Foto por Rbrwr

CIRCULANDO

Os mapas separam a cidade em três categorias e fornecem marcos de referência para auxiliar no desenvolvimento dos mapas mentais naturais. De acordo com o site, essas são as categorias: área, por grandes áreas da capital, regiões, que compõem uma área e referem-se a lugares como Covent Garden, e bairros, que compõem as regiões. Covent Garden, por exemplo, é composto por várias regiões, como, Seven Dials, Neal’s Yard e Long Acre.

O projeto ainda foi cuidadoso em permitir acessibilidade para todos, incluindo informações como largura de calçada, escadarias e travessia de pedestres para facilitar a mobilidade dos cadeirantes. Além disso, a sinalização para os cadeirantes foi instalada de 87,5 cm a 1m e 175 cm do chão, para facilitar a leitura. Os mapas têm alguns elementos interessantes. Um deles é a sua orientação para o ambiente: ao invés dos indicadores tradicionais de norte, sul, leste e oeste, os mapas usam uma orientação “visual”. Isso significa que são orientados para visualizar a mesma direção que o usuário está enxergando, o que torna mais fácil a associação do usuário com o que o cerca.

Os mapas também são divididos em Planner e Finder. O mapa Planner descreve os lugares que você pode chegar com uma caminhada de até 15 minutos. O Finder tem o mesmo propósito, mas para áreas a 5 minutos de distância. Comparando, o Finder é mais detalhado que o Planner, com pontos de referência e edificações ilustradas em 3D. Ambos têm a intenção de integrar todos os meios de transporte para auxiliar no planejamento das viagens e fornecer uma lista alfabética com os nomes das ruas, para ajudar as pessoas a localizar as ruas individualmente.

O projeto se concretizou após uma avaliação piloto com elogios e feedback positivo. De acordo com o site do projeto, 87% dos mil participantes apoiou a integração dos mapas em Londres. A satisfação dos pedestres com a autonavegação melhorou em 22% e mais de dois terços dos participantes sentiu-se satisfeito em encontrar a rota mais curta para suas viagens. E o mais importante: os participantes concordaram fortemente que o novo sistema os encorajaria a caminhar mais e com mais freqüência, além de ajudar a escolher a caminhada no lugar de outro meio de transporte. Quanto a tempo de viagem, os pedestres eram 16% mais rápidos, em média, em grande parte devido aos mapas.

Para complementar os mapas, existem sinais facilmente reconhecíveis pela cidade para direcionar os pedestres aos seus destino. Foto por moleitau.

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