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A hora e a vez dos pedestres e ciclistas
Avenida Paulista

Segurança e acessibilidade de pedestres e ciclistas precisam ser prioridade (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil)

Em diversas cidades do mundo, mais do que discutir o papel de pedestres e ciclistas para uma mobilidade mais saudável e inclusiva, tomam-se providências concretas para reservar cada vez mais espaço a essas duas formas de locomoção ativa, fundamentais para a saúde das pessoas e a sustentabilidade das cidades.

Mais do que apontar o que deve ser feito para viabilizar os deslocamentos a pé e de bicicleta com segurança, nas cidades comprometidas com a mobilidade ativa especialistas e gestores preocupam-se em mostrar como fazer as mudanças necessárias. Como efeito, os avanços e boas práticas estimulam que outras cidades ao redor do mundo repliquem essas experiências.

Medidas como aumentar a acessibilidade nas áreas centrais, corredores de transporte e no interior dos bairros se mostram bem-sucedidas e, após implantadas, acabam por se tornar tão simples e naturais que muitas pessoas se perguntam por que não foram adotadas há mais tempo. E principalmente: tratam-se de ações de baixo impacto orçamentário. Além de aplicadas com certa rapidez, em geral tais transformações no espaço público não custam caro.

Podemos citar os casos de fiscalização mais rigorosa em relação ao estacionamento de automóveis sobre as calçadas ou sua apropriação ilegal, por parte de alguns estabelecimentos comerciais. São ações, pura e simplesmente, de cumprimento da lei. Em outros casos, é necessária a retirada de barreiras físicas que obstruem as calçadas e dificultam o deslocamento livre e seguro daqueles que são razão de ser de sua própria existência: os pedestres. Pode-se citar, também, a necessidade de instalação de itens de acessibilidade universal que, em geral, carecem de investimentos maiores.

Todos esses exemplos são simples e relativamente baratos se comparados aos esforços e custos dispendidos para garantir a trafegabilidade dos veículos. Gasta-se mais e toma-se mais cuidado com a circulação dos carros do que das pessoas – uma escolha cada vez mais difícil de explicar e de manter. A segurança e a acessibilidade de pedestres e ciclistas também merecem atenção e respeito. Cabe a nós fazer valer essa percepção.

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Vicente Loureiro é diretor executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio de Janeiro.

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