
Engenho da Inovação, em Curitiba: cidade quer se tornar referência em inovação (Foto: Daniel Castellano/SMCS)
Ao longo dos últimos anos, temos visto surgir e se tornar corriqueiros comportamentos possíveis graças à tecnologia. Aplicativos como Uber e Cabify mudaram a maneira como realizamos muitos deslocamentos cotidianos, e tarefas que antes exigiam um deslocamento, como pagar as contas, hoje podem ser feitas no sofá de casa. Essas mudanças impactaram também a dinâmica das cidades, que hoje vivem o processo de adaptar serviços, modelos de negócio e gestão, como qualquer empresa.
Hoje, as cidades precisam se preocupar em atender à demanda por serviços básicos, mas não só: as cidades do futuro devem cultivar e oferecer um terreno fértil para a inovação. No Brasil, uma das cidades que vem se destacando nesse quesito é Curitiba. A cidade que já foi referência mundial de arborização e transporte coletivo, pioneira ao implantar o BRT, agora empreende esforços para se tornar um centro de inovação urbana.
Vale do Pinhão é o Ecossistema de Inovação de Curitiba, criado para fomentar o desenvolvimento da inovação na cidade. O programa, cujo nome alude ao Vale do Silício, reúne startups, incubadoras, aceleradoras, universidades, fundos de investimento e coletivos no Engenho da Inovação, instalado no antigo Moinho Rebouças. Três eixos norteiam as ações do programa: inovação na prefeitura, internacionalização e crescimento.

Área interna do “Engenho da Inovação”, onde funciona o Vale do Pinhão (Foto: Daniel Castellano/SMCS)
Curitiba busca criar um ambiente que incentiva o empreendedorismo de impacto. Nessa linha, nasceu também o Worktiba, primeiro coworking público do país. O espaço reaproveitou móveis e estrutura já existente na administração municipal e oferece dez estações de trabalho. A seleção das empresas é feita por edital e as selecionadas não têm custos para utilizar a estrutura, que busca estimular pequenos e microempreendedores que tenham como foco de seu negócio projetos de responsabilidade social.
Ambas as iniciativas foram implementadas e entraram em funcionamento em um período relativamente curto, do início do no passado para cá, mas os esforços já geraram resultados.
Curitiba ficou no segundo lugar geral da edição de 2017 do ranking Connected Smart Cities, que avalia as cidades mais inteligentes do Brasil com base na integração entre mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança. Em novembro, foi selecionada a capital latina das cidades inteligentes durante o Smart City Expo World Congress, considerado o maior evento do mundo sobre inovação urbana e cidades inteligentes. E, neste ano, a cidade sedia a primeira edição brasileira do Smart City Expo, que acontece entre os dias 28 de fevereiro e 1º de março. Mais de cinco mil pessoas devem participar do evento, que contará com cerca de 60 painelistas debatendo questões como tecnologias disruptivas, inovação digital e desenvolvimento econômico, cidades sustentáveis do futuro e governança,
A iCities é a empresa de inovação que ajudou a trazer o evento a Curitiba. Na avaliação do cofundador e diretor de novos negócios, Roberto Viruel Marcelino, um dos destaques do evento será a discussão sobre novos modelos de negócio para a gestão pública. Em um cenário de fluxo intenso de informações e inovações, as cidades precisam estar prontas para se readaptar e reinventar: “O comprometimento político também é essencial para colocar as cidades no mapa da inovação – é preciso estar aberto a mudanças, disposto a implementá-las. Sem o apoio da administração municipal não se vai a lugar nenhum”. No congresso realizado em Barcelona em novembro do ano passado, estavam presentes mais de 17 mil pessoas, entre representantes de organizações públicas e privadas, em um ambiente de trocas constantes em torno de um único tema: soluções urbanas inovadoras. “Não basta realizar um evento, é preciso criar esse ambiente de encontros. Queremos reproduzir isso em Curitiba. E esperamos que a cidade se consolide como centro de inovações urbanas na América Latina”, acrescentou.
Hoje, as definições para o conceito de smart cities são plurais, variando conforme o contexto – pode-se dizer, porém, que três elementos se mantêm constantes: sustentabilidade, tecnologia e participação social. “Uma cidade inteligente precisa ter visão de empreendedorismo e criar um ambiente favorável à inovação. É preciso haver diálogo entre a gestão municipal e os empresários, de um lado, e com a população do outro. O conceito de cidade inteligente hoje passa por escutar a voz das pessoas e atendê-las, valendo-se da tecnologia”, avalia Marcelino.
Smart City Expo Curitiba
Quando: 28/02 a 01/03
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E por falar em inovação
O trânsito cada vez mais caótico é um desafio para as cidades brasileiras. As dificuldades de locomoção são ainda mais evidentes em áreas com intensa movimentação de pessoas, como centros empresariais, universidades e terminais de transporte coletivo.
Pensando em promover novas soluções de mobilidade para nossas cidades, WRI Brasil e Toyota Mobility Foundation lançaram o Desafio InoveMob. Estamos em busca de soluções inovadoras que promovam formas de deslocamento mais sustentáveis e financeiramente viáveis. Você é empreendedor, faz parte de uma startup, pesquisa o assunto ou tem um projeto e precisa de apoio para implementar? Inscreva seu projeto até 9 de março!