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O senso de propósito das cidades
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Cidades precisam ter um propósito definido em conjunto por gestores e população (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil)

Serão as cidades como as pessoas, as empresas, as instituições e os governos? Dependentes de um senso de propósito para se sentirem úteis, felizes, motivadas e recompensadas pelo que fazem ou pretendem fazer? Não só para si, mas principalmente pelos outros? Creio que sim. Guardando as diferentes escalas e formas de atuação, as cidades podem e devem cultivar seu senso de propósito. Precisam contribuir para melhorar a vida das pessoas que nelas vivem, trabalham ou visitam.

Devem estar motivadas para vencer dificuldades financeiras, políticas e institucionais, presentes como obstáculo ao cumprimento de sua mais importante missão: distribuir do modo mais igualitário possível as oportunidades de desenvolvimento das pessoas.

Talvez até sejam as cidades, entre todas as instituições, as que mais promovem ou estão habilitadas a promover o bem-estar coletivo. A todos, em todos os lugares e de modo abrangente. Talvez, por isso, alguns as considerem uma das mais duradouras e complexas invenções da humanidade. E outros até as classifiquem como a mais completa obra de todos os tempos.

Quando percebemos o quanto a qualidade de vida das pessoas depende das políticas públicas protagonizadas pelas cidades, precisamos concordar com a relevância do papel de seus governantes na orquestração de ações públicas e privadas, capazes de promover uma espécie de senso comum de propósito no território urbano e para toda a sua gente. Consciente da força transformadora do senso de propósito na vida das pessoas e destino das cidades, dói constatar, principalmente em tempos de crise, o quanto alguns governantes atuam ainda sem rumo e sem sentido, atolados pelas obrigações de uma rotina burocrática ou pelo acúmulo de pedidos de favores, tão pulverizados quanto intermináveis.

Ajudaria muito os gestores a possibilidade de definir, em diálogo com a população, um conjunto de objetivos capazes de delimitar o senso de propósito das cidades. Seria não apenas mais fácil, como mais gratificante fazer escolhas. Afinal, uma cidade que sabe aonde quer chegar melhora a vida das pessoas, torna-se mais próspera, assim, atinge mais rápido os seus propósitos.

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Vicente Loureiro é diretor executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio de Janeiro.

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