
Foto: Daniel Guimarães/A2Fotografia
O desafio de tornar as ruas amigáveis é extenso. Longe do asfalto no qual transitam os carros, as condições nem sempre são as melhores, e a situação, por óbvio, tende a se agravar quando existem limitações físicas por parte dos transeuntes – pessoas com deficiência e idosos.
No entanto, já existem tecnologias criadas no Brasil que tornam essa rotina mais prática e menos limitante. É o que acontece em Curitiba, com um sistema instalado em 39 cruzamentos com maior circulação de idosos (próximos a hospitais, por exemplo). A tecnologia funciona junto do cartão de transporte que dá a isenção a idosos e/ou pessoas com deficiência. Ao identificar a leitura do cartão, o tempo do semáforo para pedestres aumenta.
Em entrevista para a Folha de São Paulo, o gerente de planejamento da Secretaria de Trânsito de Curitiba, Pedro Darci, afirmou que, em um levantamento técnico com cerca de 500 pessoas, descobriu-se que a velocidade de um idoso para atravessar a rua é quase 30% menor do que a média geral. Dessa forma, a prefeitura da capital paranaense fez programações para aumentar o tempo dos cruzamentos em até 50% quando os idosos se identificarem com o cartão de passagens no sensor instalado nos 39 cruzamentos da cidade.
Em 2015, durante a Segunda Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, o projeto recebeu o mais importante prêmio em segurança viária no mundo. Prêmio merecido, pois reafirma o potencial da tecnologia para resolver problemas de acessibilidade. Em Curitiba, os equipamentos irão ajudar 160 mil idosos, 13,2 mil pessoas com deficiência e 6,2 mil aposentados por invalidez que possuem um cartão de isento, conforme informações da prefeitura.
O semáforo inteligente atende as necessidades de um grupo específico de cidadãos a partir da tecnologia. Dessa forma, a cidade volta a ser um pouco mais daquelas que são suas donas de origem: as pessoas.