Transitar no Rio de Janeiro hoje é um desafio olímpico. Longas distâncias, saturadas opções de transporte público, excesso de carros e uma geografia marcada por morros tornam o ir e vir uma tarefa exaustiva para seus 6 milhões de habitantes e outro milhão de turistas. A cidade é a campeã em congestionamentos no Brasil e a 4a com o pior trânsito do mundo. O respiro, contudo, vem com os recentes investimentos em mobilidade urbana viabilizados pela Olimpíada.
A prioridade da capital fluminense para a mobilidade urbana foi o investimento no transporte público – que será o único meio para acessar os locais de competição dos Jogos. São156 quilômetros de corredores exclusivos do sistema BRT, distribuídos nos corredores TransOeste, TransCarioca e, mais recentemente, TransOlímpica, inaugurado em julho. Em junho, a cidade apresentou aos moradores seu novo meio de transporte: a rede de Veículos Leve Sobre Trilhos (VLT). Com 28 quilômetros de extensão, o sistema funciona 24 horas por dia, todos os dias, e tem integração com o Aeroporto Santos Dumont, barcas, trens, metrô, ônibus e BRTs, além facilitar o acesso às regiões do Centro e Região Portuária.
A mais recente novidade está no metrô. Depois de 30 anos sem extensões, o Rio ampliou seu sistema com a Linha 4. Inaugurada neste sábado (30), a nova linha, que teve um custo total de R$ 9,7 bilhões, possui 16 quilômetros e liga Ipanema, na Zona Sul, ao Jardim Oceânico, localizado no início da Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
“É uma grande transformação na mobilidade. Em 2009, 19% dos cariocas usavam transporte de alta capacidade. Agora, e com a abertura do corredor TransBrasil, vamos ter 63% dos cariocas se deslocando com transporte de alta capacidade”, destacou o prefeito Eduardo Paes durante a cerimônia de abertura, ao lado do presidente em exercício Michel Temer e do governador Luiz Fernando Pezão.

Novas estações: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antequero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico. A estação Gávea, também prevista no projeto, deve ficar pronta apenas em 2018 devido à falta de recursos. (Foto: Maria Fernanda Cavalcanti)
Cinco novas estações de metrô nos bairros Ipanema, Leblon, São Conrado e Jardim Oceânico servirão uma demanda esperada de 330 mil pessoas por dia. Todas possuem intervenções artísticas que remetem à cultura local e seguem padrões internacionais de acessibilidade com elevador ou rampas de acesso, avisos visuais, sonoros e em braile.
Outro grande protagonista é a velocidade. O percurso Ipanema-Barra, que antes levava pelo menos 1 hora de carro ou ônibus, é feito em 13 minutos pelos novos trens. Já o caminho do Jardim Oceânico até o centro da cidade é feito em meia hora.
A nova linha, porém, só será aberta ao público em geral no dia 19 de setembro, após as Paralimpíadas, com horário de funcionamento reduzido entre 11h e 15h. Até lá, a Linha 4, que possui integração com o BRT, serve a força de trabalho e torcedores com ingressos comprados para a Rio 2016. Saiba mais.
A extensão do metrô foi, que possui o maior túnel entre estações metroviárias em rocha do mundo, no trecho entre São Conrado e Barra da Tijuca, foi entregue com atraso de sete meses em relação ao previsto no projeto. Mesmo no último minuto, o Rio olímpico respira forte para entregar os Jogos com qualidade e, mais do que isso, criar condições para um futuro melhor a seus residentes e visitantes.
Faça o passeio pela nova Linha 4 do metrô na nossa galeria de fotos:
Fotos: Maria Fernanda Cavalcanti.