Algumas cidades apresentam uma topografia não tão favorável ao uso de bicicletas, uma das principais alternativas de transporte sustentável. Ainda assim, elas precisam incentivar as pedaladas e as bicicletas elétricas podem contribuir para isso.
Com 300 bicicletas elétricas incluídas no sistema público de bikes compartilhadas, Quito é a cidade latino-americana pioneira no uso das elétricas. Localizada a 2.800 metros acima do nível do mar e no meio da Cordilheira dos Andes, a capital equatoriana começou a construir ciclovias em 2003, atendendo a demanda de grupos de ciclistas e ativistas. Desde então, mais de 70 quilômetros já foram implementados.
Hoje, o BiciQuito, sistema de bicicletas compartilhadas da cidade, disponibiliza também 700 magrelas comuns, distribuídas em 25 estações. Das 1.700 viagens diárias que são realizadas, 700 são em unidades elétricas. “Muitas zonas estão nas partes altas, por isso o uso da bicicleta elétrica reduz o esforço físico, facilitando assim o traslado”, afirmou Daniel Merchán, responsável pela área de transporte não motorizado da Secretaria de Mobilidade de Quito, à AFP.
Ao pedalar, o usuário ativa o sistema elétrico, que impulsiona a bicicleta. Depois de um tempo sem pedalar, a velocidade vai reduzindo, o que indica que os pedais precisam voltar à ativa. Três marchas determinam a potência ativada no motor. Ao contrário das bicicletas comuns, a terceira marcha é a mais forte, recomendada para subir as ladeiras. O veículo atinge até 40 quilômetros por hora e a bateria, recarregada todas as noites, tem duração de até 12 horas.
Desde que passou a disponibilizar as elétricas, em abril deste ano, a cidade oferece capacitação para o uso das novas bicicletas aos usuários inscritos. Após receber as instruções, o perfil do usuário é atualizado no sistema do BiciQuito e as bicicletas elétricas se tornam disponíveis a ele.
Sistema 100% elétrico
Assim como tantas outras capitais europeias, Madri também abraçou a ideia dos sistemas públicos de compartilhamento de bicicletas. Porém, na capital espanhola, todas elas são elétricas. Ao observar o uso das magrelas em outras cidades, Madri percebeu que as unidades acabavam se acumulando apenas em locais mais planos e que precisavam ser redistribuídas no final do dia aos locais mais altos.
Quando lançada em 2014, a BiciMAD custou caro para a cidade – o sistema é desenvolvido pela companhia espanhola BonoPark por meio de um contrato de 25 milhões de euros -, porém o objetivo da prefeitura era de atingir todo o tipo de público, para que mais pessoas trocassem o uso do carro particular pela nova alternativa.
Atualmente são disponibilizadas 2.028 bicicletas em 165 estações. Porém, para o ano que vem já foram anunciadas mais 468 unidades. A assinatura anual do sistema custa 25 euros, enquanto alugar uma bicicleta custa 50 centavos durante os 30 minutos iniciais, depois 60 centavos pelos próximos 30 minutos.