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#FridayFun: mãe e filha pedalam por São Paulo e inspiram uma escolha mais sustentável

Algumas pessoas têm receio de adotar a bicicleta como principal meio de transporte. Outras já entenderam que essa pode, sim, ser uma forma de se locomover diariamente pela cidade. Quer uma prova? Confira no vídeo abaixo.

 

 

Essas são Silvia e Nina Ballan, mãe e filha que usam a bike na rotina, faça chuva ou faça sol. Unindo a paixão pelos vídeos à crença em uma causa maior, Silvia passou a registrar e compartilhar no site silviaenina.org o que percebeu ser algo diferente para uma criança e para a cidade. “Quis contar para o mundo como é levar uma criança fora da bolha para a escola todo dia, na chuva e no sol, na ventania e na tempestade, com cada dia e cada trajeto muito especiais”, explica.

A família não tem mais carro, aluga a vaga na garagem e fatura cerca de R$ 3 mil por ano com isso, dinheiro revertido em verba para os trajetos – embora os custos não cheguem a isso. Os deslocamentos de Silvia são todos de bicicleta, mas com Nina, de 9 anos, e Bia, de 17, são cerca de 80%. Os outros 20% são divididos entre caminhadas ou viagens de transporte coletivo.

Silvia e Nina de bike por São Paulo (Foto: Reprodução/Facebook)

Conversamos com a Silvia, e ela nos explicou um pouco mais sobre a sua iniciativa e como entende que ela inspira outros pais a seguirem o seu exemplo:

Você sempre se deslocou pela cidade de bicicleta?
Sempre, desde 1995, quando meu pai disse “sim, pode ir até a escola de bike”. Foi a cartinha de alforria para alguém que só queria fazer tudo sem pedir, sem favor. Entre gravidez e outros empregos, usei carros e bikes ao mesmo tempo, em um período de seis anos.

Quais as principais dificuldades que vocês enfrentam no deslocamento? Como vocês veem a relação entre carros e bicicletas em São Paulo?
A principal dificuldade é a falta de respeito ao próximo, do cidadão em geral, seja ele pedestre, ciclista, motorista, motociclista. A relação tem melhorado um pouco. Ainda vejo muitos motoristas ao celular, não nos veem e tiram “finos” absurdos que podem até nos matar. Tenho medo disso. Outra dificuldade é a alta velocidade. Quando isso acontece, a bike balança, o vento nos joga para o lado. O motorista não tem noção disso?

Vocês têm situações durante os trajetos que guardam na memória?
Muitas. Ladeiras incríveis, pôr do sol, pessoas e bate-papos… Temporais engraçadíssimos! Difícil lembrar apenas de uma. Mas, na Copa do Mundo de 2014, nós atravessamos a Vila Madalena de bike, lotada de gente, e conseguimos chegar em uma festinha no horário. A bike permite isso: chegar bem.

Qual a percepção que a Nina, ainda criança, já tem sobre o trânsito da cidade? Como ela pensa o transporte e o futuro?
Ela tem uma percepção bem realista. Pessoas presas e nervosas. Muitos carros. Muito congestionamento. Nina não diz que a bike vai ser o principal, ela diz que vai usar todos os modais e adora patinete e caminhada.

O quanto você acha que ainda é preciso evoluir para termos um futuro mais sustentável nas cidades?
Hoje, eu digo que é essencial a criançada conhecer a bike como opção de transporte à escolinha. É preciso evoluir urgente a infraestrutura cicloviária pra encorajar estes pais que ainda não usam. Tenho certeza que tudo vai mudar. Para criança, a infraestrutura, as ciclovias, são fundamentais.

Que mensagem você daria para outras pessoas, pais ou não, com ou sem Ninas, que querem passar a se deslocar de bicicleta pelas cidades?
Vá. É possível, é prazeroso e vicia. Troquei definitivamente desde 2012. Pedalar traz uma coisa muito gostosa, um prazer que chega a ser infantil, quando lembro descendo ruas de terra. Consigo na bike trazer as memórias mais gostosas e ricas de quando eu era bem pequena. Pedale e seja. Faça seu tempo existir pra você.

 

 

Para encerrar, fique com mais um vídeo da Nina, explicando para todos o que não dá para deixar de levar junto nos trajetos de bicicleta pela cidade:

 

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