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Atlas de assistência social mapeia áreas de vulnerabilidade em São Paulo

Documento reúne mapas regionais com informações sobre concentração de domicílios em situação de vulnerabilidade em São Paulo (Foto: Marlise Rodrigues/Flickr)

Com a intenção de fornecer um mapa com as principais vulnerabilidades de sua população, São Paulo lançou, no início de abril, seu Atlas Socioassistencial. A publicação destaca dados e soluções que ajudam a qualificar debates e a definição de políticas de assistência. Elaborado pela Coordenadoria do Observatório de Políticas Sociais (COPS) em parceria com a UNESCO no Brasil, o atlas organiza informações sobre redes de serviços assistenciais e facilita o acesso de cidadãos em situação de vulnerabilidade e riscos sociais a eles.

Logo em sua introdução, o atlas define o conceito de assistência social, que “deve promover o convívio familiar e comunitário, a defesa de direitos e a proteção de indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social e risco à vida”. O termo vulnerabilidade, no entanto, não possui significado único. Segundo a publicação, “a vulnerabilidade não se restringe a situações de pobreza, mas a um conjunto de fatores como características do território, ciclo etário, dificuldades enfrentadas pelas famílias e falta de acesso a políticas públicas. Situações que têm como origem os processos de reprodução das desigualdades sociais.”

Identificar os riscos e vulnerabilidades das cidades auxilia os líderes a definirem políticas públicas e ajuda a tornar as cidades mais resilientes. As informações georreferenciadas que mostram a situação de cada um dos mais de 1,7 mil setores censitários da cidade de São Paulo asseveram o valor desse tipo de publicação para a melhoria de um comportamento resiliente nas cidades.

A vulnerabilidade de São Paulo

O atlas é organizado por mapas regionais com informações sobre concentração de domicílios em situação de vulnerabilidade e com renda familiar de meio salário mínimo a um oitavo de salário mínimo e a concentração de pessoas em situação de rua. A secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, destacou que “não se constrói política pública séria e responsável sem informação, sem diagnóstico, sobretudo em uma cidade de 11,5 milhões de habitantes”.

Esse mapeamento, devido às mudanças climáticas, precisa ser constante. A estimativa é de que milhões de pessoas em áreas urbanas pelo mundo presenciem aumento crescente no nível do mar, inundações, tempestades mais intensas e períodos mais frequentes de calor e frio nos próximos anos. São Paulo, inclusive, testemunhou o efeito dos temporais em suas áreas de risco no mês de março – já abordamos o assunto aqui.

A publicação também traz todos os setores censitários classificados segundo o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS-2010), indicador que leva em conta renda, escolaridade, idade das crianças das famílias e gênero do chefe da casa. Além dos mapas por região, o atlas apresenta quadros com os números relativos a todas essas informações para cada uma das 31 Supervisões Regionais de Assistência Social que correspondem às 32 subprefeituras. Por fim, apresenta um mapa com a localização de todas as 1.329 unidades de serviços socioassistenciais mantidas pelo município por meio de convênio e de forma direta, que atualmente atendem quase 219 mil pessoas. As informações são da ONU Brasil.

O acesso aos dados por parte das cidades é imediatamente ligado a tendência de criação de novas estratégias para digerir melhor esse grande volume de informações. Focar investimentos na interpretação dos diversos conjuntos de dados existentes e, a partir disso, criar soluções inteligentes, como ressaltamos aqui, faz parte de um comportamento resiliente. Afinal, conforme o IPEA, “o recorte da vulnerabilidade não é apenas o da precariedade, como também da resiliência, da capacidade de agir”.

Acesse a publicação na íntegra.

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