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Florianópolis projeta importantes ações rumo à sustentabilidade

(Foto: BORIS G/Flickr)

Florianópolis já está na lembrança de todos como uma cidade com qualidade de vida. Em 2010, chegou a ser a capital brasileira com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), atingindo 0,847. No entanto, autoridades locais não estão acomodadas diante de um cenário de lembranças. Para seguir crescendo e também superar os problemas que o aumento populacional causa, Florianópolis elaborou um Plano de Ação baseado em diferentes dimensões de sustentabilidade.

O fluxo intenso de turistas e até de pessoas que migraram para a capital catarinense acabou por exercer uma maior pressão em áreas de infraestrutura e serviços da cidade. O Plano de Ação executado montou um diagnóstico de 121 indicadores agrupados em 23 temas e divididos em três dimensões: ambiental e mudança do clima, urbana e fiscal e governança.

Dessa forma, foi possível detectar quais deveriam ser as áreas priorizadas para tomada de ação. O setor de mobilidade, assim como abastecimento de água e esgotamento sanitário, foram os principais problemas observados.

(Foto: Tiago Vidal Dutra/Flickr)

Dentro do eixo de mobilidade, a pesquisa também realizou o Estudo de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), que concluiu que a maior fonte de emissões para a região é o transporte, responsável por 66% das emissões principalmente pelo consumo de diesel e gasolina. Se investir no monitoramento e na redução da emissão de GEE nos próximos 35 anos, o município lançará cerca de 26% de GEE a menos na atmosfera.

“O que acho mais fantástico nesse momento é que teve início no país um processo de revisão do conceito de mobilidade. Não estamos só discutindo como melhorar o nosso transporte, mas como pensar no futuro das consequências ambientais”, afirmou Vanessa Maria Pereira, Superintendente do IPUF (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), durante o seminário “Mudanças climáticas, cidades e desenvolvimento de baixo carbono” , realizado na cidade, ontem.

Entre as 95 propostas do Plano, Florianópolis também planeja repensar o território, levando em conta as características ambientais e o espaço construído, no sentido de conciliar mobilidade urbana e planejamento do uso do solo. “A mobilidade é o grande desafio não só do meu governo, mas das cidades e da nossa geração como um todo”, destacou Cesar Souza Júnior, prefeito de Florianópolis, em entrevista ao WRI Brasil Cidades Sustentáveis.

(Foto: Decaseconds/Flickr)

Os 230 quilômetros  da orla marítima devem ser reordenados e passar por um processo contínuo de valorização. Após observar a forma de crescimento urbano da cidade, o estudo concluiu que ele se dá de maneira dispersa e com baixa densidade. Dessa maneira, utiliza-se mais solo do que o necessário para a população, tornando pobre o aproveitamento sustentável dos espaços.

“O nosso caminho deve ser realmente focado em uma urbanização compacta, que é o que vem sendo discutido no mundo inteiro. Seguir com esse espalhamento da cidade é muito mais caro do que pensar em um cenário inteligente de ocupação urbana”, enfatizou a Coordenadora Regional do programa ICES e arquiteta na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de Florianópolis, Cibele Assmann Lorenzi.

As propostas fazem parte de um amplo trabalho de cooperação interinstitucional realizado no âmbito da ICES (Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis), promovida pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em parceria com a Caixa Econômica Federal.  As ações alinhadas por tema estratégico estão acompanhadas de estimativas orçamentárias, prazos estimados e possíveis fontes de recursos.

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