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A expansão dos dispositivos móveis e os impactos para a vida nas cidades

Nos próximos anos, os dispositivos móveis devem crescer mais rápido do que a população mundial, e as cidades podem se valer da expansão tecnológica para qualificar serviços urbanos. (Foto: findalondonoffice/Flickr)

Os dispositivos móveis estão se espalhando tão rápido que, nos próximos cinco anos, a estimativa é de que haja mais pessoas com telefones celulares (5,5 bilhões) do que com eletricidade (5,3 bilhões), água encanada (3,5 bilhões) e carros (2,8 bilhões). Os números estão na 10ª edição do Visual Netoworking Index (VNI) Global Mobile Data Traffic Forecast, estudo lançado este mês pela Cisco.

Novos usuários móveis, mais dispositivos em uso, vídeos móveis e a expansão das redes 4G são fatores apontados pelo estudo como responsáveis pelo aumento no tráfego de dados. Atualmente, os smartphones representam 76% do tráfego de dados móveis no mundo – em 2020, esse índice deve chegar aos 81%.

Desde o ano 2000, quando foi lançado o primeiro celular com câmera, o número desses dispositivos quintuplicou – até 2020, esse crescimento será oito vezes mais rápido. Em 2020, 11, 6 bilhões de dispositivos móveis estarão em uso no mundo, quatro bilhões a mais do que hoje. O aumento é tão expressivo que deve ser duas vezes mais rápido que o crescimento da população mundial.

Previsões para os próximos anos no contexto brasileiro

O Brasil já apresenta números significativos no que diz respeito ao uso de dispositivos móveis. Hoje, são 170,7 milhões de usuários, o equivalente a 82% da população do país. Em 2020, esse número deve alcançar a marca dos 182 milhões. O tráfego de dados, já intenso, deve crescer e ficar ainda mais inteligente:

  • O tráfego de dados móveis aumentará 7 vezes no país, a uma taxa de crescimento anual de 45%.
  • Entre 2015 a 2020, o tráfego de dados móveis deve crescer três vezes mais rápido que o tráfego de IPs fixos.
  • Em 2020, o tráfego de dados móveis representará 14% do total brasileiro, em comparação aos 5% atuais.
  • 73% das conexões móveis serão inteligentes em 2020; atualmente, esse índice é de 42%.
  • Na mesma linha, a tendência é que 100% do tráfego de dados móveis seja considerado “tráfego inteligente” dentro dos próximos cinco anos – hoje, o índice já é de 95%.

Outra estimativa para os brasileiros diz respeito ao tráfego gerado pelos dispositivos móveis. Considerando os números de 2015, um dispositivo inteligente gera, em média, 23 vezes mais tráfego do que um não inteligente. Em 2020, um salto: os dispositivos móveis devem gerar 94 vezes mais tráfego em relação aos dispositivos não inteligentes.

Impactos nos serviços urbanos e no dia a dia nas cidades

O tráfego de dados móveis não apresenta sinais de desaceleração, pelo contrário. Smartphones, laptops e tablets devem liderar essa corrida, representando 92% do tráfego de dados móveis em 2020. E, na mesma medida, as conexões estão ficando cada vez mais inteligentes. Em todo o mundo, 67% das conexões e dispositivos móveis serão inteligentes em 2020, aumento significativo em comparação aos 36% registrados em 2015. Em paralelo, dentro dos próximos cinco anos, 98% do tráfego de dados móveis virá de conexões e dispositivos inteligentes, superando os 89% de 2015.

O que todos esses números representam para o dia a dia nas cidades?

A expansão dos dispositivos móveis leva, conjuntamente, ao desenvolvimento de inovações tecnológicas que podem promover quebras de paradigmas e mudar a maneira como usufruímos os serviços urbanos. Aplicativos de caronas, compartilhamentos de carros, funcionalidades para ciclistas, mapas colaborativos, informações sobre o trânsito e os sistemas de transporte coletivo, entre tantos outros, potencializam a qualidade ao mesmo tempo em ampliam o acesso da população a esses serviços.

Integrando novas possibilidades tecnológicas, como a Internet das Coisas (Internet of Things), ao desenvolvimento de novos sensores, as cidades estão descobrindo novas maneiras de colocar os dados mais relevantes nas mãos dos tomadores de decisão. Um exemplo é Barcelona, que vem aplicando confeitos IoT para conectar ônibus e pontos de ônibus, carros e estacionamentos, sensores na iluminação das ruas. Na prática, a gestão dos recursos se torna mais eficiente e a vida das pessoas, mais fácil. Os benefícios são quase imediatos: melhor distribuição dos ônibus, que chegam aonde as pessoas precisam; mais eficiência na coleta de lixo; menos emissões de carbono; serviços de emergência mais eficazes e um meio urbano menos estressante para as pessoas.

Análise de dados, eficiência operacional, inovações em materiais e projetos e novos canais de diálogo com a população são alguns dos aspectos em que as cidades podem avançar com a ampliação dos dispositivos móveis e da tecnologia. Mais conectadas, as cidades se tornam mais abertas, resilientes e inteligentes. E os benefícios vêm em duas mãos: mais qualidade para os serviços urbanos e para a vida nas cidades.

(Fonte: CiscoVNI Mobile)

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Saiba mais sobre o assunto

Em dezembro de 2015, o WRI Brasil Cidades Sustentáveis lançou o relatório “Inovações em Mobilidade Urbana”, com seis recomendações para auxiliar as cidades na regulação de novos serviços. O documento compila ideias para impulsionar a inovação e apresenta os potenciais das inovações disruptivas de qualificar os serviços nas cidades.

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