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Por que nosso futuro depende do planejamento urbano

A maneira como construímos e planejamos nossas cidades hoje determinará como viveremos nelas no futuro (Foto: Fernando Andrade/Flickr)

Mil gigatoneladas ou um trilhão de toneladas. Essa é a quantidade-limite de dióxido de carbono que ainda podemos emitir para ter a chance de manter o aquecimento global menos de 2°C acima da temperatura média no planeta na era pré-industrial. E 32 delas já foram emitidas só no ano passado.

O número é grande o bastante para pensarmos que ainda há muito tempo até que o teto de emissões seja atingido. A verdade, no entanto, como mostra um novo relatório do Stockholm Environment Institute, é que o tempo é curto. Apesar de ainda não termos ultrapassado a linha das mil gigatoneladas, grande parte delas – pelo menos 800 – já está comprometida, em decorrência da infraestrutura de combustíveis fósseis e construções já existentes;

Lançado este mês com o apoio da C40, o estudo assegura: começar a construir as cidades de forma mais sustentável, usando matérias-primas verdes, é essencial para evitar essas emissões. Considerando o que as cidades consomem em energia e as emissões que originam, com “apenas” 200 gigatoneladas restantes, infraestrutura, design e planejamento urbano desempenham um papel central. A pesquisa aponta, por exemplo, que, até 2020, 70 dessas gigatoneladas chegarão à atmosfera em decorrência de decisões tomadas no processo de planejamento.

Em um mundo onde as grandes cidades crescem a uma taxa de 1,4 milhão de pessoas por semana, mudanças poderiam fazer diferença em apenas cinco anos. Até 2020 em torno de 14 gigatoneladas podem ser evitadas com decisões tomadas ao longo do processo de expansão dessas cidades. Mudanças em relação ao tipo de infraestrutura utilizada em novas construções, como sistemas de aquecimento e resfriamento, iluminação, entre outros, podem contribuir para que muitas dessas toneladas deixem de ser emitidas.

Do mesmo modo, se continuarmos a construir nossas estradas da maneira como ainda são construídas hoje – encorajando o uso dos carros e abrindo espaço para que cada vez mais veículos circulem –, milhares de toneladas seguirão sendo descarregadas no mesmo ar que respiramos todos os dias. E o problema não tem prazo para terminar: mesmo se conseguirmos agir a tempo de evitar tantas emissões, podemos facilmente devolvê-las em poucos anos de expansão urbana mal planejada.

O desenvolvimento urbano sustentável é a chave para garantir um futuro habitável no planeta – e, a menos que a sustentabilidade seja integrada em todas as esferas da vida urbana, seguimos em risco.

(Fonte: Washington Post)

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