No Dia Mundial Sem Carro, um exercício de imaginação: como as cidades seriam se não houvesse carros nas ruas?
O espaço nas cidades é precioso – e cada vez mais caro e escasso. Ainda assim, uma parcela mais do que considerável dos espaços urbanos em cidades do mundo inteiro é dedicada não às pessoas, mas aos carros. Juarrett Waker, consultor de planejamento de transportes, levantou a questão em seu blog: “Passamos muito tempo falando sobre quanto as coisas custam em dinheiro, mas não falamos o suficiente sobre o quanto custam em espaço”.
A imagem acima não é nova. Múltiplas variações circulam pela internet, divulgadas e compartilhadas para instigar a reflexão a partir da comparação entre a área ocupada por pessoas em ônibus, carros ou bicicletas. Mas não é só espaço que os carros tomam das cidades. Com a frota mundial estimada a atingir a marca de 2,5 bilhões em 2050, os carros tornam-se um problema para a vida nos centros urbanos em diferentes setores, sob diferentes aspectos.
Carros custam dinheiro. No Brasil, motoristas gastam por ano uma média de 17 salários mínimos com todos os custos relacionados à posse de um veículo. Juntos, carros geram congestionamentos e prejuízos bilionários às cidades. Nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro em São Paulo, esse custo de foi 98 bilhões de reais em 2013. Sabe-se, ainda, que 75% das emissões em áreas urbanas são provenientes do setor de transportes – e a poluição, em consequência, é responsável por 7 milhões de mortes a cada ano, de acordo com a OMS. Sem falar nos acidentes, que tiram a vida de 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo todos os anos.
A proposta da Semana da Mobilidade e, particularmente, do Dia Mundial Sem Carro é deixar o carro em casa. Não porque alguém está pedindo, mas com um objetivo em mente: repensar o uso que fazemos dele. É necessário? Eu posso fazer esse trajeto utilizando outro modal? E, quem sabe, experimentar novas possibilidades. Mais do que as cidades, o espaço urbano e dinheiro está em jogo – são nossas vidas.
A mobilidade sustentável salva vidas e, em paralelo, faz das cidades lugares mais seguros e saudáveis para as pessoas. Como seriam as cidades sem os carros?