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Interpretando a poluição por meio de cigarros

É mais fácil de entender a poluição quando há fumaça envolvida. Os escapamentos de carros antigos e grandes chaminés industriais são exemplos claros, apesar não serem tão recorrentes, pois existem resoluções que estabelecem limites para emissões de chaminés industriais, assim como os modelos novos de veículos leves reduziram, em média, 90% da emissão de gases. A emissão média de CO por veículo hoje é de 0,3g/km, enquanto em 1986 era de 54 g/km. Um terceiro exemplo de fumaça que cerca nosso cotidiano é aquela causada pelo amargo (e autodestrutivo) prazer dos fumantes.

(Foto: Rafael Rez Oliveira/ Flickr)

As áreas cerebrais ativadas durante a imaginação são as mesmas ativadas durante a observação da imagem real, apontam estudos. Pensando nisso, e usando o componente visual da fumaça dos cigarros, a plataforma Share My Air aproveitou o avanço das ferramentas de tecnologia das medições de bases de dados abertas com base na reflexão de que  o conhecimento dos números pode não gerar a empatia necessária; é preciso saber interpretá-los para entender sobre cada partícula nociva no ar.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em relatório, definiu que a média de ar saudável é de 10 microgramas por metro cúbico. O que isso significa em termos individuais é difícil definir sem a devida interpretação. Utilizando o Share My Air, logo se entende, por meio de cigarros, o efeito de ultrapassar essa média de poluição para a nossa saúde. Quem passar o dia de hoje, 31/8, no Kansas, por exemplo, vai respirar poluição equivalente a  51min dentro de um carro junto de um fumante. Agora, quem morar no Kansas por todo o ano de 2015 abraça a expectativa de ingerir a mesma quantidade de poluição quanto se fumasse onze cigarros e/ou morasse cinco meses com um fumante. As métricas do Share My Air são provenientes do EPA AirNow, uma base de dados aberta que compartilha números da poluição do ar dos Estados Unidos, Canadá e México (infelizmente não é global, ainda).

O criador da ferramenta, Kevin Kononenko, afirma que sua intenção é comunicar, de fato, como o ar poluído pode afetar nossa saúde pessoal, visto que a saúde é melhor vista da perspectiva do mal causado pelos cigarros. Kononenko expressa também o desejo de encorajar as pessoas a reduzir suas marcas na poluição dos locais em que vivem. Outro experimento inaugurado realizado pela Vivergy (plataforma que criou o Share My Air) também no sentido de visualizar a poluição das cidades custou menos de seis dólares. Apenas uma mangueira com contenção de vácuo, dois filtros de café, borrachas, pilhas, cigarros e isqueiro.  Resumidamente, um dos filtros realiza a medição nas ruas sem estar próximo de cigarros e o outro faz o contrário. O resultado está na imagem abaixo.

(Foto: Vivergy/Divulgação)

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