No trânsito nosso de cada dia, ficar parado não é perda apenas de tempo, mas também de dinheiro. De acordo com um estudo feito pelo economista Ladislau Dowbor, a cidade de São Paulo perde R$ 50 milhões por dia preso nas intermináveis filas.
Dowbor chegou neste número dividindo o PIB (valor total das riquezas produzidas na cidade) pelo número de habitantes. O resultado mostra que a renda média anual de cada paulistano é de R$ 44 mil. Então, dividindo esse valor pelo número de horas que tem um ano ele chegou à conclusão que cada hora perdida vale uma média de R$ 5.
Pesquisas feitas na maior cidade brasileira apontam que, em média, as pessoas perdem duas horas e quarenta minutos paradas no trânsito. “São 6,5 milhões de pessoas que vão trabalhar, você multiplica esses 6,5 milhões por R$ 5 a hora, em duas horas e quarenta a gente está perdendo, ordem de grandeza, mais de R$ 50 milhões por dia. Você pode pensar o que isso representa para uma cidade”, afirma Ladislau, em reportagem ao programa “Bom dia Brasil” da TV Globo.
A reportagem é interessante, mas esqueceu de apontar soluções. Neste cenário é inviável continuar privilegiado o transporte individual em detrimento do coletivo. Parte da solução também está no transporte não motorizado, que são as bicicletas e até mesmo a caminhada. Mas infelizmente esta segunda opção de transporte, sobre duas rodas, vem sendo criticada de maneira camuflada pela própria imprensa. Pelo menos toda a semana algum editoral aponta possíveis falhas no projeto de 400 km de ciclovias da prefeitura de São Paulo, levando à ideia de que a cidade não comporta esta solução que deu certo em muitas cidades do mundo.
Talvez falte tanto para a reportagem, quanto para a população, uma discussão mais aprofundada do tema, e não apenas apontar os efeitos.
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