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Friday Fun: o lixo de hoje constrói as cidades verdes de amanhã

Publicado originalmente em inglês por Aaryaman Singhal no TheCityFix.

Estratégias criativas para a gestão de resíduos têm um importante papel em ajudar cidades a melhorarem sua eficiência energética e tornarem-se mais sustentáveis no longo termo. (Foto: Emanuele Toscano/Flickr).

Cidades de todo o mundo enfrentam uma série de desafios para a sustentabilidade de sua limpeza e ambiental, como as crescentes emissões de gases de efeito estufa, espaços públicos insalubres, mau cheiro, crescente demanda de energia, baixas taxas de reciclagem e espaço limitado.

A maioria das pessoas não pensaria no lixo como a raiz para esses problemas. Apesar disso, a utilização de estratégias inovadoras em gestão de resíduos pode ser uma maneira surpreendentemente efetiva para tratar dessas questões complexas de uma vez. A maioria das soluções não é tão simples como os esforços de São Francisco para promover a reciclagem, por exemplo, mas existem oportunidades interessantes para lidar com um aspecto muitas vezes negligenciado da vida cotidiana da cidade.

Por isso, separamos quatro cidades que estão reduzindo, reutilizando e reciclando seu caminho em direção a um futuro urbano mais sustentável.

Singapura, Singapura

Os programas robustos em reciclagem de Singapura permitem à cidade a rgeração de energia a partir dos resíduos, abastecendo mil lares por dia. (Foto: epSos.de/Flickr)

Cingapura tem uma população de quase 5,5 milhões de pessoas e está localizada sobre cerca de 700 km² de terra cercada por água. Devido a limitações de espaço, a Agência Nacional do Meio Ambiente de Singapura entende a importância da reutilização e descarte correto de resíduos. Para prolongar a vida útil do aterro, Singapura incinera, diariamente, 8,2 mil toneladas de lixo por dia, o que reduz o volume de resíduos em 90%. É como transformar um colchão de solteiro dentro de um pequeno forno micro-ondas! Além disso, os campos de incineração produzem mais de 2.500 MWh de energia por dia, o suficiente para abastecer 900 casas diariamente. Singapura também tem ampliado, recentemente, seus programas de reciclagem. A queima de lixo possibilita que Singapura recupere metais reutilizáveis que passam a ser vendidos por um pequeno lucro. A cidade começou também um programa piloto que oferece descontos em utilidades domésticas para as famílias que reduzem sua produção de resíduos.

Songdo, Coreia do Sul

Uma das novas cidades inteligentes da Coreia do Sul, Songdo usa a incineração como uma ferramenta para lidar com os resíduos da cidade. (Foto: Baron Reznik/Flickr)

Songdo é uma “cidade inteligente” que foi construída de forma privada a cerca de 40 km da capital e maior cidade da Coreia do Sul, Seul. A cidade, que encanta por seu cenário de ficção científica, quer atrair mais pessoas e oportunidades de negócios. Pra ter uma ideia, os 70 mil habitantes de Songdo nunca verão um caminhão de lixo nas ruas. Como isso é possível? O lixo urbano é sugado pela Terceira Zona Automatizada para Coleta de Resíduos, com tubulações subterrâneas. Uma vez que o lixo chega à instalação, é reciclado automaticamente, queimado para a produção de energia ou enterrado no subsolo. Mesmo que a instalação ainda não esteja operando completamente e a cidade esteja lutando para atrair moradores, seus sistemas futuristas apresentam um novo modelo para alcançar níveis sem precedentes de reutilização de resíduos.

Mangalore, Índia

Enquanto Mangalore tem enfrentado desafios historicamente para atingir um bom saneamento público, a cidade está agora trabalhando com companhias privadas para limpar o lixo e os boeiros das ruas. (Foto:Wen-Yan King/Flickr)

Com cerca de meio milhão de habitantes, Mangalore tem historicamente lutado para prover uma boa gestão de resíduos aos seus residentes. Em 2012, a cidade também enfrentou um grave problema devido ao lixo não recolhido e mau cheiroso.

Para resolver o problema, a Mangalore City Corporation (MCC) delegou a coleta de lixo para uma empresa privada que vai melhorar o saneamento limpando as calçadas e removendo a areia que entope os bueiros. Então, a MCC contratou uma segunda companhia para instalação de compostagem. Essa instalação já utiliza o lixo de Mangalore para produzir e vender até 20 toneladas de compostagem por dia. A companhia também está instalando, neste mês, uma máquina que irá separar os resíduos antes que eles se decomponham. O equipamento permite que os resíduos de sacos plásticos fechados se decomponham sem odor e com mais qualidade. Ainda há vários desafios enquanto as partes interessadas continuam aprendendo sobre a mudança de políticas para a coleta de lixo, mas a ambição demonstrada por estes novos esforços de gestão de resíduos é um sinal de progresso.

Fortaleza, Brasil

Resíduos respondem por grande parte da emissão de gases de efeito estufa em Fortaleza, e a cidade está tentando reduzir as emissões ao investir em novos programas de reciclagem. (Foto: Gerben van Heijningen/Flickr)

Em 2012, Fortaleza começou a acompanhar suas emissões de gases de efeito estufa e descobriu que 25% delas eram provenientes dos resíduos sólidos. De fato, a cidade produz mais de 10 mil kg de lixo diariamente. Para reduzir as emissões de resíduos, Fortaleza tem desenvolvido um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos e está investindo mais de US$ 300 mil em reciclagem. A cidade também desenvolveu um plano para capturar e refinar metano a partir do aterro a fim de usar como energia, o que inibe a dependência do gás natural. Ainda no início da fase de execução, essas ideias estabelecem as bases para uma cidade mais sustentável e de baixo carbono.

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