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Pioneiro no Hemisfério Sul, programa Rio Resiliente é lançado

Rio Resiliente é o plano estratégico lançado nessa quinta-feira (22) pela prefeitura do Rio de Janeiro para garantir a reconstrução e o desenvolvimento da cidade após catástrofes. (Foto: Adhemar M. Duro Jr./Flickr)

As mudanças climáticas já são realidade, por isso é fundamental que nossas cidades estejam preparadas para reerguer-se rapidamente após eventos extremos a fim de garantir o desenvolvimento da cidade e das pessoas. Com foco nisso, o Rio de Janeiro lançou o Rio Resiliente, um plano estratégico para minimizar os impactos de fenômenos naturais e humanos na vida cotidiana da cidade. É a primeira cidade do Hemisfério Sul a lançar um programa abrangente para a resiliência.

O programa foi lançado na quinta-feira (22) pelo prefeito Eduardo Paes. O Rio Resiliente envolve a atuação conjunta dos órgãos públicos sob diretrizes baseadas em cinco pilares: prevenção; monitoramento da situação; mobilização de equipes e recursos; comunicação entre atores envolvidos; aprendizado da experiência.

Paes lança Rio Resiliente. (Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro/Divulgação)

Paes afirmou que a cidade já investiu 4 bilhões de reais na resiliência, com obras estruturantes, capacitações, recursos humanos e educação básica. Ele lembrou, no entanto, que a resiliência deve girar em torno, especialmente, da esfera humana. “Cada carioca deve estar integrado ao conceito, colaborando por uma cidade melhor, cobrando de seus representantes e ganhando prioridade pela equipe da prefeitura à frente do projeto”. Reconheceu também que os desafios existem, mas que a cidade está caminhando para enfrenta-los. “Esse programa não significa que todos os problemas estão resolvidos. Buscamos minimizar impactos naturais. Se as mudanças climáticas provocarem chuvas ainda maiores que as da série histórica, podemos ser impactados. Sempre há risco. Em qualquer cidade do mundo, não há uma solução definitiva para esses problemas”.

Resiliência em prática

O conceito de resiliência envolve tanto as esferas governamentais quanto a sociedade e exige um esforço contínuo para prevenir, monitorar, mobilizar, comunicar e aprender com as experiências. O ponto de partida do projeto foi a produção de um documento com extenso diagnóstico sobre o atual cenário de resiliência do município, com a identificação dos principais riscos relacionados com as alterações climáticas na cidade, como chuvas e ventos intensos, ondas de calor, elevação do nível do mar e dengue, além de outros tipos de situações que tenham potencial para modificar a normalidade da cidade.

A partir disso, foram traçadas algumas iniciativas que vão corroborar com o programa, tais como: a construção de quatro “piscinões” na região da Grande Tijuca que, somados ao desvio de parte do Rio Joana, aumentam a capacidade de drenagem da água da chuva, reduzindo os riscos de alagamentos na região da Praça da Bandeira; a implantação de 150 km de vias exclusivas para circulação de ônibus BRT (Bus Rapid Transit); o mapeamento de comunidades e encostas habitadas com risco geológico e a implantação do plano de evacuação com o sistema de sirenes, em 103 localidades identificadas, aliados às obras de contenção e melhorias em infraestrutura para reduzir ou até mesmo mitigar riscos.

Tendo como base as mudanças climáticas, foram definidas três grandes áreas de foco para atuação do Rio Resiliente:

– Gestão Resiliente: promoverá ações que ampliem a velocidade da máquina pública, tendo como pano de fundo a necessidade de se poupar tempo e modernizar a capacidade de responder à cidade. A ênfase será na melhoria da gestão de recursos durante crises e nas principais rotinas operacionais e de suporte do município.

– Comportamento Resiliente: prevê iniciativas que despertem e construam comportamentos resilientes na população, por meio de programas educativos de vários gêneros. O objetivo é transmitir noções de resiliência a crianças, jovens e adultos para que sejam praticantes e multiplicadores de práticas resilientes e sustentáveis.

– Resiliência socioeconômica: incentivará iniciativas de inclusão social e desenvolvimento sustentável, em parceria com o Instituto Pereira Passos (IPP), e o engajamento do setor de negócios e da indústria no fomento à promoção de uma economia de baixo carbono.

Centro de Operações Rio é uma ferramenta chave para resiliência da cidade. (Foto: George Soares)

Uma importante ferramenta para colocar estar ações em prática é o Centro de Operações Rio. Espécie de quartel-general da prefeitura, o COR integra cerca de 30 órgãos – instituições municipais, estaduais e concessionárias -, com o objetivo de monitorar e otimizar o funcionamento da cidade no dia a dia e, em especial, em grandes eventos e em crises. Além de acompanhar de perto a rotina do município durante 24 horas por dia, sete dias por semana, o Centro busca antecipar soluções e minimizar o impacto de ocorrências, alertando os setores responsáveis sobre os riscos e as medidas imediatas que precisam ser tomadas em casos de emergências como chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito.

100 Cidades Resilientes

O Rio de Janeiro integra o grupo 100 Cidades Resilientes, projeto da Fundação Rockefeller cujo intuito é formar uma rede global de cidades resilientes para compartilhar boas práticas e informações, para que elas superem desafios urbanos como as áreas de risco ou irregulares, vulneráveis às chuvas, enchentes e deslizamentos.

De acordo com a Rockefeller, resiliência é conceituada pela elasticidade e capacidade de recuperação e adaptação de uma cidade. A ideia central é a de tornar as cidades mais bem preparadas para resistir a eventos extremos, sejam naturais ou causados pelo homem, e aptas a se recuperar rapidamente, saindo mais fortes do que antes.

Ao lado do Rio de Janeiro, a outra cidade brasileira da rede é Porto Alegre (RS), que está desenvolvendo seu plano de resiliência. Na capital gaúcha, o projeto é capitaneado pela Secretaria Municipal de Governança e conta com um conselho diretivo do qual a EMBARQ Brasil (produtora deste blog) faz parte. O conselho é responsável por definir as ações macro para a gestão do programa, bem como o plano de ação, sua temporalidade e principais eixos de atuação.

Com informações da Prefeitura do Rio de Janeiro. 

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