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Bairros mais verdes, bebês mais saudáveis

(Foto: David Salafla/Flickr)

Um estudo da Universidade de Wisconsin, publicado no ano passado nos Estados Unidos, constatou que a presença de áreas verdes no local onde moram está diretamente relacionada com a percepção de felicidade das pessoas. Cidades e bairros mais saudáveis melhoram a qualidade de vida, e outro estudo, publicado pela Environmental Health Perspectives, adiciona uma nova variável a essa equação: de acordo com a pesquisa, mães que vivem em áreas mais verdes e saudáveis dão à luz bebês igualmente mais saudáveis.

Ao longo de três anos, os pesquisadores Perry Hystad e Katherine Came, respectivamente da Oregon State University e da University of British Columbia, descobriram que as grávidas vivendo nas áreas mais verdes de Vancouver (mapa abaixo) estavam mais propensas a levar a gravidez até o fim, com seus bebês nascendo até 12 gramas mais pesados do que a média registrada em áreas com menos vegetação.

Áreas verdes na cidade de Vancouver (Mapa: Oregon State University/Reprodução)

A pesquisa considerou mais de 64 mil nascimentos e revelou que o número de gestações consideradas muito prematuras (menos de 30 semanas) era 20% menor entre as mães residentes em áreas com mais vegetação, e o das moderadamente prematuras (entre 31 e 36 semanas), 13% menor. E a tendência se manteve mesmo quando os resultados foram ajustados considerando outros indicadores dos bairros, como média de renda per capita, exposição à poluição atmosférica, níveis de poluição sonora e caminhabilidade.

O estudo não aponta exatamente por que isso acontece, mas deixa claro que, mais do que nossa qualidade de vida enquanto adultos, cidades e bairros podem determinar nossa condição de saúde ao nascer. O que é preciso, então, para criar ambientes mais saudáveis e contribuir para que mais crianças nasçam mais saudáveis?

De acordo com Thomas Laveist, diretor do John Hopkins Center for Health Disparities Solutions, em entrevista ao CityLab, uma dos caminhos é priorizar os espaços verdes também nas áreas mais pobres: “As soluções para as discrepâncias vistas na condição de saúde da população tendem a estar em políticas sociais mais amplas – políticas que não necessariamente nós consideraríamos políticas de saúde. Estamos falando de habitação, de zoneamento, de políticas que moldam as características das comunidades”.

O debate sobre como construir bairros e cidades mais saudáveis continua, mas já sabemos que é possível começar criando mais áreas verdes.

(Fonte: CityLab, Oregon State)

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