Originalmente publicado por Coby Joseph no TheCityFix.

Cinco novas publicações da EMBARQ Brasil vão contribuir com cidades orientadas pelas pessoas, pelo transporte público de qualidade e pela mobilidade urbana sustentável. (Foto: Dylan Passmore/Flickr)
Em algumas cidades brasileiras, a gestão ineficiente do desenvolvimento urbano culminou no chamado padrão “3D” de expansão: distante, disperso e desconectado. Ao longo dos últimos dez anos, a demanda por transporte público urbano diminuiu em 33% das cidades brasileiras, enquanto as vendas de carros estão em ascensão. Felizmente, um número de cidades brasileiras está em transição para um desenvolvimento urbano e mobilidade sustentáveis. Na última semana, a EMBARQ Brasil (produtora deste blog) lançou cinco publicações para apoiar esta mudança e capacitar as cidades a mover em direção ao modelo “3C”: compacto, coordenado e conectado. O objetivo é ajudar cidades a criar seus planos de mobilidade urbana, a incentivar o desenvolvimento orientado ao transporte (DOT) e a melhorar a qualidade dos sistemas de transporte coletivo por ônibus.
Como as cidades podem criar planos de mobilidade urbana focados nas pessoas?
Até abril do ano que vem, 3.065 municípios brasileiros devem, de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana, entregar seus planos de mobilidade urbana. O Passo a Passo para a Construção do Plano de Mobilidade é um guia para que as cidades formulem seus planos de acordo com a realidade local. A publicação foi lançada durante o Seminário Mobilidade Urbana Sustentável: Práticas e Tendências, em São Paulo, uma realização entre EMBARQ Brasil e WRI Brasil. Na ocasião, o especialista em participação social do World Resources Institute (WRI) Jesse Worker salientou a importância de engajamento de todos no processo, para planos eficientes, inclusivos e que de fato sejam transformadores.
Desenvolvimento orientado pelo transporte para um crescimento urbano sustentável
A urbanização impõe uma série de desafios às cidades. Um planejamento estratégico que incentive um desenvolvimento com uso misto do solo e acesso ao transporte coletivo pode fomentar comunidades urbanas mais habitáveis. Este é o foco do DOTS Cidades – Manual de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável. A publicação oferece informação técnica acerca de sete elementos-chave a cidades centradas nas pessoas:
- Transporte Coletivo de Qualidade: para incrementar viagens com conexões adequadas e serviços cômodos, eficientes e acessíveis;
- Mobilidade Não Motorizada: para promover viagens de pedestres e ciclistas;
- Gestão do Uso do Automóvel: para gerar ambientes seguros e agradáveis com a racionalização do uso do carro e utilização de estacionamentos;
- Uso Misto e Edifícios Eficientes: para potencializar atividades e uso do solo;
- Centros de Bairros e Pisos Térreos Ativos: para promover interação social da comunidade, com espaços públicos que as aproximem;
- Espaços Públicos e Recursos Naturais: para fomentar a vida pública e a integração;
- Participação e Identidade Comunitária: para promover o sentimento de “pertencimento” do bairro e incentivo ao convívio com o outro.
Melhorando a qualidade e a segurança do transporte público
Existe uma forte demanda para melhorar a qualidade do transporte público nas cidades brasileiras, que ficou evidenciada pelos protestos contra o aumento da tarifa. A EMBARQ Brasil, graças ao apoio financeiro da FedEx, desenvolveu o programa QualiÔnibus, que tem por objetivo qualificar o serviço de transporte coletivo por ônibus para atrair novos usuários ao sistema e tornar a mobilidade das cidades mais sustentável. Na última semana, as três publicações que compõem o programa foram lançadas: Pesquisa de Satisfação, Dia Um de Operação e Segurança em Primeiro Lugar. A Pesquisa de Satisfação investiga os fatores mais importantes para determinar a satisfação do usuário e cria um questionário padronizado que permite a comparação do desempenho entre as cidades que o utilizam. O Dia Um de Operação provê um guia estratégico preparatório às cidades para o dia de lançamento do sistema BRT (Bus Rapid Transit), pois uma falta de planejamento e comunicação com o público pode criar uma percepção negativa do sistema. O Segurança em Primeiro Lugar, por sua vez, cria mecanismos para que operadoras de ônibus melhorem a gestão da segurança. A publicação detalha os três estágios recomendados – treinamento do motorista para a direção defensiva, a implementação de programas de incentivo para o desenvolvimento profissional do motorista e o monitoramento de acidentes.