Bancos e mesinhas como essa a perder de vista. Damas, carteado, jornal, conversa fora, pensamentos sós. A bicicleta escorada é todas as bicicletas: que saem, e rodam, e vão a toda e a qualquer parte. E então nos encontramos: dos espaços da cidade, a praça, onde é mesmo para a vida se encontrar.
Você se arrisca a dizer onde foi que nos perdemos? Em que repente do tempo nos tornamos ilhas? Gradeados, cobertos por muros, correndo e temendo, sem mais perceber o mundo ao redor. Como se nossos pescoços, eretos estáticos, tivessem perdido a capacidade se virar ao outro.
Nossos? Nossos quem, cara pálida? Sem essa de grades, que é na rua que a vida acontece. Nas praças e nas sombras das árvores, sem faixa etária ou código de vestuário, onde reaprendemos a olhar. Olhe para os lados. Nas praças, lembramos que não somos ilhas; nas praças, percebemos que somos, na verdade, continentes.