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People’s Climate March: a população pede ações concretas no combate às mudanças climáticas

People’s Climate March: estima-se que será a maior marcha pelo clima da história, unindo diversos grupos em uma causa comum (Foto: Justin Swan/Flickr)

Este post foi escrito por  e  e originalmente publicado em inglês, no TheCityFix.com.

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No domingo, 21 de setembro, dois dias antes de o Secretário Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon receber a UN Climate Summit em Nova York, pessoas no mundo inteiro irão reivindicar ações de seus governantes no que, acredita-se, será a maior marcha pelo clima da história. Os organizadores esperam a participação de centenas de milhares de pessoas, em diversas cidades espalhadas pelo mundo, na People’s Climate March (Marcha das Pessoas pelo Clima, em tradução livre).

A marcha pelo clima – um evento pacífico – vai colocar a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) como a principal oportunidade de mitigar os impactos das mudanças climáticas. Evidências recentes mostram que as emissões globais de GEE chegaram a um recorde em 2013 e as temperaturas no mundo todo já atingiram níveis perigosos. A marcha vai unir grupos diversos na reivindicação pelo comprometimento de seus governantes em relação à questão. Mais de mil empresas, grupos religiosos, escolas, uniões e organizações de justiça social estarão presentes na marcha.

Uma resposta global para um problema global

Os impactos das mudanças climáticas são agravados pela desigualdade. Os países e cidades mais pobres normalmente são os mais impactados, enquanto países e cidades ricas, desproporcionalmente, contribuem para o aumento das emissões. O Banco Mundial estima que cidades em países em desenvolvimento terão de arcar com 80% dos custos globais com adaptação a esses impactos, que incluem o aumento do nível dos oceanos, fenômenos climáticos extremos e inundações.

Inibir as mudanças no clima requer o compromisso sério de países e cidades do mundo inteiro. Até agora, 125 líderes de estado são esperados na UN Climate Summit, e cidadãos em todos os lugares estão cobrando atitudes de seus governantes. De acordo com a página da People’s Climate Summit, estão sendo planejados eventos em mais de 2.600 cidades em 150 países, com as maiores concentrações em Londres, Berlim, Bogotá, Istambul, Paris, Rio de Janeiro, Déli, Johanesburgo, Lagos e Melbourne. Em Londres, cerca de 500 anúncios serão espalhados pelas linhas do metrô encorajando os moradores a participarem da marcha. No Rio, os organizadores receberam permissão para projetar informações sobre a marcha no Cristo Redentor.

As cidades têm um papel-chave na luta contra as mudanças climáticas

As cidades já contribuem com 70% das emissões globais de gases de efeito estufa, e estima-se que sofram um aumento populacional de 1,4 bilhão de pessoas até 2030. As áreas urbanas precisam de planejamento para crescer de forma sustentável na medida em que se expandem. Ao priorizar o transporte sustentável e o desenvolvimento compacto e conectado, as cidades podem ajudar a reduzir as emissões de GEE e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida. Um relatório recente mostra que crescimento econômico e ações para mitigar as mudanças climáticas podem andar lado a lado.

Com menos barreiras para mudanças políticas que os governos nacionais, as cidades podem liderar a luta contra as alterações no clima. As cidades, cada vez mais, estão implementando soluções para o desenvolvimento sustentável e ajudando a impulsionar as políticas nacionais na mesma direção. Nova York, por exemplo, lançou o PlaNYC em 2007 para mudar o modelo de crescimento da cidade, diminuir a poluição e aumentar a resiliência. O plano ajudou a cidade a melhorar a qualidade do transporte sustentável e a segurança viária e a reduzir as emissões de gás carbônico em 16% em relação aos níveis de 2005, metade da meta para 2030.

Prefeitos de diversas cidades do mundo estarão presentes na UN Climate Summit, incluindo o prefeito do México, Marcelo Ebrard; o de Seul, Park Won-soon; Eduardo Paes, prefeito do Rio e presidente do Grupo de Liderança Climática das Cidades no C40; e o Embaixador Especial das Nações Unidas para as  Cidades e Mudanças Climáticas, Michael Bloomberg. Os governantes municipais estarão focados em três principais linhas de ação: construir adaptação e resiliência; calcular as emissões de gases de efeito estufa e estabelecer metas de redução; e solucionar a lacuna de financiamento para o desenvolvimento urbano sustentável.

Assim como as cidades, os cidadãos também têm um papel importante: pressionar seus governantes a avançar nas políticas de desenvolvimento sustentável. Em São Paulo, por exemplo, fortes protestos aconteceram em resposta a investimentos não produtivos e aumento nas tarifas do transporte coletivo e resultaram na construção de centenas de quilômetros de faixas dedicadas ao ônibus e ciclovias, melhorando a mobilidade sustentável e aumentando a acessibilidade de milhões de moradores às oportunidades da cidade. Com um apoio sem precedentes dos moradores, a People’s Climate March vai aumentar ainda mais a pressão sobre líderes mundiais para que ajam agora, antes que seja tarde demais.

As mudanças climáticas não são mais um conceito abstrato. Os perigos já foram bem documentados e amplamente divulgados. Líderes de estado, prefeitos, empresários e a sociedade civil têm pela frente uma grande oportunidade para responder às demandas pela mitigação das mudanças climáticas e abrir caminho para a Climate Chanfe Conference os Parties (COP), que acontece ainda este ano em Lima e, no ano que vem, em Paris.

Siga a marcha em @Peoples_Climate#PeoplesClimate.

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