O que é necessário para levar alguém a experimentar o transporte coletivo, em detrimento do conforto garantido pelo carro? Para atrair aqueles que dirigem os próprios veículos, individuais, congestionando e poluindo as cidades, é preciso oferecer algumas vantagens. E a velocidade talvez seja a principal delas.
Em São Paulo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) divulgou esta semana um levantamento que mostra o aumento de 68,7% na velocidade média dos ônibus nos quase 60 quilômetros de faixas dedicadas implantadas na cidade este ano.
Ao todo, foram 66 trechos inaugurados em 2014, entre janeiro e agosto, e a pesquisa comparou dados de uma semana antes e uma semana depois da instalação das faixas para medir o aumento – a variação de foi 12,4 km/h para 20,8 km/h.
Entre todas as faixas analisadas, o melhor resultado veio da Ponte do Jaguaré, cujo trecho dedicado ao ônibus foi inaugurado em 31 de março. Lá, o aumento na velocidade média dos ônibus foi de 317%! – de 10,8 km/h para 45 km/h.
A implantação das faixas dedicadas na capital paulista – hoje são 461 quilômetros no total – está gradualmente melhorando a qualidade do transporte por ônibus em São Paulo. Para quem depende ou escolhe o transporte coletivo para se locomover, essas são boas notícias. Mas a realidade é que o uso do espaço viário continua desequilibrado, com os carros ocupando a maior parte (80%), mas levando menos de duas pessoas por veículo – enquanto um ônibus transporta mais de 60. Ainda temos um bom caminho a percorrer até a verdadeira priorização do transporte coletivo.