
O trem que conecta Porto Alegre à região dos Sinos realiza a campanha Etiqueta Urbana. (Foto: Robvini/Flickr)
Desejo a todas inimigas vida longa…
Pra que elas vejam cada dia mais nossa vitória…
Eis que nessa quarta-feira (14), em minha viagem habitual de trem de Porto Alegre até Canoas, na região metropolitana, começa a tocar o novo hino nacional a todo volume. Mais um daqueles sem noção que faz questão de compartilhar sua experiência musical com as pessoas ao seu redor, pensei eu. De repente, um grito de repreensão contra o cidadão é disparado: “CÊ TÁ ATRAPAIANDO TODO MUNDO”.
Olho pro lado. Duas figuras no mínimo inusitadas, que pareciam ter saído de um filme de terror de festa junina, começam a fazer suas trapalhadas pelo vagão. Um deles andava com a mochila batendo em todo mundo, sentava nos assentos preferenciais fingindo que dormia, parava em frente as portas impedindo a passagem de quem entra e sai do trem, encostava nas pessoas ao ler jornal, enquanto o outro o xingava, aos berros.
Uma maneira bem criativa e divertida – todos riram bastante no trem – de apresentar a campanha Etiqueta Urbana, para o bom convívio social. Ao fim do teatro, recebi em mãos o “Guia Etiqueta Urbana Trensurb”, um material de bolso bem didático e fácil de compreender.
São dez dicas de etiqueta:
– respeite os bancos preferenciais;
– não obstrua as portas e acomode-se ao longo dos carros;
– mantenha-se à direita nas escadas;
– retire a mochila das costas;
– evite sentar-se no chão;
– use fones de ouvido ao viajar escutando música;
– não jogue lixo pelas janelas do trem;
– ao ler, não invada o espaço alheio;
– use o pega-mãos adequadamente;
– deixe livres as escadas para o fluxo de ir e vir.
Pela minha experiência de usuária de trem, uma campanha forte e contínua deveria ser feita desde sempre, pois as pessoas não têm noção de como se portar para o bom convívio. Um exemplo é a missão quase impossível de sair do trem – as pessoas que estão esperando para entrar acham que têm preferência e formam uma “barreira”.
Outro é a questão das escadas rolantes, em que enquanto o lado esquerdo deveria ser livre para a passagem daqueles que querem descer mais rápido, pessoas “estacionam” nos dois lados do degrau sem pensar na coletividade. Coisas que em São Paulo, onde o fluxo de gente é infindavelmente maior, não ocorrem de jeito nenhum. E se ocorrem, em casos raros, levam bronca das pessoas.
Alguém aí já passou por uma “saia justa” no trem? Você acha que a campanha surtirá efeito?