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Mobilidade Corporativa: empresa e funcionário unidos pelo transporte

Região da Berrini é sede de muitas empresas na capital paulista. (Foto: EMBARQ Brasil)

Buscando incentivar empresas a promover ações que estimulem seus funcionários a utilizar meios alternativos de transporte, o World Resources Institute (WRI), em parceria com a consultoria Steer Davies Gleave, realizou ontem (23), no auditório da Business School, em São Paulo, um colóquio sobre mobilidade corporativa. O projeto de gestão de demanda de transporte, também conhecido por TDM (Transport Demand Management), faz parte de um programa desenvolvido em parceria formada pelo Banco Mundial, WRI e EMBARQ Brasil, e conta com o patrocínio da Catterpillar Foundation.

O debate contou com Andrea Leal (WRI/Banco Mundial), Ciro Biderman, (SPTrans), Eduardo Vasconcellos (ANTP), Edmar Cioletti (Banco Santander) e a participação, por víedoconferência, de Stuart Anderson (Steer Davies Gleave), especialista responsável por colocar em prática alguns programas de TDM em diferentes partes do mundo. Anderson aproveitou o encontro para apresentar seus casos de sucesso, que incluem cidades como Los Angeles e Bangcoc, destacando que o setor privado, através de programas de TDM, pode contribuir com grandes melhorias no trânsito, diminuição dos congestionamentos e ainda favorecer a redução da poluição. Ele trouxe exemplos como do Hospital Cedars-Sinai Medical Center, na Califórnia, que criou um programa de carona envolvendo mais de 2 mil funcionários, fazendo com que 1 em cada 3 deixasse de utilizar o carro para ir e voltar do trabalho.

No Brasil, Edmar Cioletti trouxe o exemplo de TDM do Banco Santander. Responsável pela administração dos edifícios corporativos do banco nas cidades de Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, ele demonstrou que os incentivos adequados podem ajudar a tirar carros das ruas e deu o exemplo de um dos prédios do banco em São Paulo, onde o programa conseguiu garantir o transporte diário de mais de 300 funcionários do banco até o metrô e oferecer 60 ônibus fretados para estimular a mobilidade sustentável. “Hoje conseguimos reduzir até o fluxo de cliente nas agências. Quando comecei, 28 anos atrás, circulavam 18 mil clientes por dia, hoje são 300”, disse Cioletti.

Ciro Biderman e Andrea Leal (ao fundo) durante o Colóquio de Mobilidade Corporativa em São Paulo (Foto: EMBARQ Brasil)

Eduardo Vasconcellos, assessor da ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos e também da CAF – Banco de Desarrollo da América, criticou o governo municipal por dificultar a entrada dos ônibus fretados na capital paulista e chamou de “insustentável” o projeto de transporte público da cidade. O chefe de gabinete na SPTrans,  Ciro Biderman, por sua vez, disse que não basta fazer mudanças no transporte público, é preciso  cobrar de quem utiliza automóvel. “Tem muito lugar na cidade onde não se deveria estacionar e ponto. Mas os comerciantes brigam pesado”, comentou. Biderman, que também é professor de pós-graduação em Governo e Políticas Públicas da FGV-EAESP e pesquisador do departamento de urbanismo (DUSP) do Massachusetts Institute of Technology (MIT), apontou que o sistema BRT (Bus Rapid Transit) pode ser uma opção para o trânsito de São Paulo e também como forma de atrair mais pessoas. “Eu acho que a saída é o transporte público. Táxi é complementar para as camadas mais altas da sociedade. A solução de verdade é o BRT”, finalizou.

A consultora de políticas públicas do Banco Mundial e colaboradora no projeto de cidades sustentáveis do WRI, Andrea Leal, apresentou números e falou da importância da conscientização dentro das empresas e da aplicação do Projeto Piloto de Mobilidade Corporativa. O colóquio foi mediado por Laura de Macedo, consultora do WRI, que ao final do encontro abriu espaço para perguntas e respostas.

4º Encontro da Plataforma “Conexões do Rio Pinheiros”

Na parte da tarde, Katerina Elias-Trostmann (WRI) conduziu a quarta edição da mesa redonda na qual Stela Goldenstein, diretora executiva da ONG Águas Claras do Rio Pinheiros, expôs detalhes do projeto que pretende criar uma plataforma de cooperação ao longo das marginais. O projeto Conexões do Rio Pinheiros propõe atuar oferecendo alternativas ao transporte individual motorizado para o maior número possível de usuários da região.

A proposta envolve melhorias ao longo de 25 km, entre Jurubatuba, próximo à Represa Billings, incluindo o Jaguaré, na confluência com o Rio Tietê. Stela, que já foi secretária estadual do Meio Ambiente na Gestão Mário Covas e secretária Municipal na gestão Marta Suplicy, destacou que o próximo passo é reunir as empresas interessadas na recuperação ambiental do Rio Pinheiros e de seus afluentes.

Além da ONG Águas Claras do Rio Pinheiros, estiveram presentes na reunião alguns representantes da rede C40 Cities, ICLEI- SAMS, Editora Abril, Steer Davis Gleave, Banco Santander, Conexão Berrini, ABRAMATT, GE, Bike Anjos, Deloitte, OR Participações, Bayer, IMEP, USP Cidades, entre outros.

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