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O ambiente urbano e a teoria das janelas quebradas

Determinado a consagrar seu nome, o fotógrafo Christopher Morris se arriscou pelo metrô de Nova York e registrou sua realidade nos anos 80.

Olhando para a foto acima, você consideraria o local seguro? Por incrível que pareça, é o metrô de Nova York na década de 80, quando era um dos pontos mais perigosos da cidade. A degradação e o abandono abria espaço para deliquentes e amedrontava a população. Até que a gestão pública se deu conta disso e decidiu reverter a situação, começando pela revitalização do cenário.

É aí que entra a Teoria das Janelas Quebradas (The Broken Windows Theory), que consiste na visão de que a desordem urbana (ambientes com pequenos focos de degradação, como o da foto) dá margem a problemas cada vez maiores (atraindo criminosos e afastando os demais cidadãos). O metrô de NY começou a reprimir pequenos delitos, como lixo nas estações e no interior dos trens, consumo de bebidas alcoólicas, pichação e não pagamento do passe, e obteve, com isso, resultados positivos.

Mais tarde, em 1994, o então prefeito da cidade, Rudolph Giuliani, implantou uma política de tolerância zero, com a visão de que, se o espaço público fosse abandonado, seria gradativamente tomado pelo crime. A política focava na criação de comunidades limpas e ordenadas, com a revitalização de praças e demais locais públicos da cidade, o que reduziu os índices criminais da época.

IMAGEM E PERCEPÇÃO DE CIDADE 

Com uma abordagem semelhante à teoria das janelas quebradas, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) criou a pesquisa online Place Pulse, para mapear a percepção urbana através da comparação entre imagens. Através desta página, o usuário tem duas fotos do Google Street View – sem saber de quais cidades se tratam – e diversas perguntas como, “Qual local parece mais seguro?”; “Qual local parece mais habitável”; “Qual local parece mais bonito?”; “Qual local parece mais depressivo?”, entre outras.

Os dados revelam a correlação entre a incidência criminal e a percepção de risco baseada simplesmente pela foto da cidade. Isso sugere que os locais considerados visualmente – na avaliação dos participantes – mais perigosos, são evitados pelas pessoas, consequentemente menos movimentados e mais inseguros. Afinal de contas, uma rua degradada e escura, ao contrário de uma rua bem iluminada e conservada, frequentada pelas pessoas, pode ser um bom local para o consumo de drogas e para a violência, certo?

Clique na imagem para participar do estudo ou para saber mais:

O que podemos extrair com os exemplos mencionados, tanto da teoria das janelas quebradas quanto do estudo do MIT, é que o espaço urbano desempenha um papel fundamental na qualidade de vida de uma população. Quanto mais preservadas são nossas cidades, mais agradáveis, habitáveis e seguras elas se tornam.

Fontes: Blog Luís Nassif e Catraca Livre

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