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Novas métricas para medir a eficiência das ruas

(Foto: John R. Rogers/Flickr)

No blog que mantém no site da revista Super Interessante, Natália Garcia, do Cidades para Pessoas, escreveu na última semana sobre as métricas utilizadas para medir a eficiência das ruas em uma cidade.

A jornalista chama atenção para as métricas consideradas, por exemplo, no desenvolvimento de uma política de mobilidade. Um dos indicadores utilizados na engenharia de trânsito é a eficiência da rua, medida pelo número de carros que passam naquela via a cada hora. Nessa conta, porém, um carro levando uma pessoa e um ônibus transportando 60 têm o mesmo valor: um. Medindo a fluidez dos veículos – e não a de pessoas, já que pedestres não são levados em conta nesse cálculo –, a eficiência da rua é calculada também para os veículos e não para o maior número de pessoas.

Diante disso, considera a jornalista, a questão não está em adaptar métricas existentes, mas em inventar novas. E é aí que entra Donald Appleyard (foto).

Appleyard foi professor de Planejamento Urbano na Universidade da Califórnia. Ao longo da carreira, ele se dedicou à pesquisa e ao desenvolvimento do conceito de “habitabilidade” (do inglês livability) das cidades, bairros e em especial das ruas. O especialista estudou em particular os efeitos sociais do trânsito e do design urbano dos bairros e desenvolveu ferramentas específicas para a análise da percepção ambiental das pessoas.

Em um estudo conduzido em 1969, Appleyard estabeleceu a primeira evidência empírica do impacto do trânsito nas ruas de um bairro. Ele analisou três ruas de São Francisco, escolhidas por serem o mais semelhantes possível em todos os aspectos com exceção de um: o fluxo de trânsito. O estudo mostrou que a mera presença dos carros e seus atributos implicados, como perigo, barulho e poluição, prejudicava a qualidade de vida na vizinhança e inibia o fluxo de pedestres.

Gráfico demonstra o nível de interação social nas ruas de acordo com o fluxo de trânsito

Esse é um exemplo de indicador que, para medir a totalidade da eficiência de uma rua, deixa de analisar o trânsito como um fenômeno isolado e se propõe a compreender como ele interfere nas relações entre as pessoas. Appleyard chegou a essa conclusão mais de quarenta anos atrás. Quanto tempo nós vamos levar?

Saiba mais sobre o pesquisador.

Fontes: Super Interessante, Information Aesthetics Weblog

 

 

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