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Londres não parou nos Jogos Olímpicos

Letteriello apresenta experiência londrina de mobilidade durante os Jogos Olímpicos. (Foto: EMBARQ Brasil)

Uma cidade como Londres não tem permissão para parar. E Antonino Letteriello, gerente de projetos da Transport for London, sabia disso ao ser encarregado da mobilidade da cidade durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do último ano, que aconteceram na capital inglesa. Letteriello, ou simplesmente Nino, foi um dos responsáveis por manter a metrópole funcionando ao mesmo tempo em que recebia milhões de visitantes.

O jovem italiano apresentou esta experiência, na tarde desta terça-feira (08), durante o 19º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, em Brasília. O especialista participou da conferência “Sistemas Complexos de Mobilidade Urbana”, ao lado de Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, e Julio Lopes, Secretário Estadual de Transporte do Rio de Janeiro.

Nino contou que não foi fácil preparar a mobilidade de todos londrinos e visitantes ao longo dos 100 dias de jogos. No total, foram 7,4 milhões de ingressos vendidos nas Olimpíadas e 2,7 milhões para as Paraolimpíadas.

“Todos estavam esperando que falhássemos, pois era arriscado realizar os Jogos em uma cidade com a demanda diária de Londres. Mas nós superamos os desafios, com muito planejamento”, disse. A estratégia da TfL foi totalmente focada em meios alternativos de transporte, como a caminhada e as bicicletas, e no transporte público.

No total,  82 km de vias, em 8 diferentes rotas, foram revitalizadas e melhoradas para convidar as pessoas a caminharem ou optarem pela bike na hora de ir para os centros esportivos. Foram 40 milhões de libras investidas em sinais de trânsito e sinalizações para facilitar a vida dos pedestres.

Até mesmo o tube, o metrô londrino, adaptou-se à nova demanda que os jogos trouxeram. A Central Line, por exemplo, contava com 30 trens por hora, em horários de pico. Além disso, um aplicativo para smartphone foi disponibilizado para planejar a viagem aos centros esportivos. Na ferramenta, os visitantes tinham informações de como usar o transporte público e o sistema de aluguel de bikes da cidade e, assim, podiam programar a melhor maneira de chegar ao seu destino. No total, 2,2 milhões de viagens foram planejadas pelo aplicativo.

E os londrinos?

Os moradores não podem sair “perdendo” durante as Olimpíadas. Nino explicou que foi desenvolvido uma estratégia de TDM – Travel Demand Management , com seminários gratuitos junto a empresas para instruir funcionários a reorganizarem suas viagens no período dos jogos. No total, 16 mil empreendimentos participaram da ação e encorajaram os londrinos a reprogramar suas viagens, horários, rotas e até mesmo os meios de locomoção.

 

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